“ASSALTO NA PAULISTA’ é um longa-metragem de ficção, do gênero ação e drama, de 110 minutos. O filme é livremente inspirado no que foi um dos maiores assaltos a bancos privados no Brasil: o assalto à agência 0262 do Banco Itaú, na Avenida Paulista, centro financeiro do país. Num sábado à noite, sem ser incomodada, uma quadrilha passou quase dez horas dentro da agência e roubou 170 cofres particulares localizados no subsolo. Em apenas três deles, obteve cerca de R$ 10 milhões em joias e dinheiro. A estimativa é de que o assalto da Avenida Paulista tenha rendido mais de R$ 100 milhões aos assaltantes. O que chama atenção é que, após uma semana, pouquíssimos clientes prestaram queixa, num indicativo de que a maioria dos cofres continha bens não declarados oficialmente. Os personagens foram totalmente ficcionados, assim como os fatos e encadeamento das ações, porém o “modus operandi”, ou seja, como os bandidos conseguiram driblar o esquema de segurança do Banco e a polícia foram inspirados nos eventos reais.
O assalto acontece no presente da narrativa e o filme vai mostrar os detalhes da preparação da ação: o planejamento, como se dá a articulação entre os assaltantes durante o processo de entrada no banco, como os cofres particulares vão sendo arrombados e, finalmente, como acontece a fuga. Na medida em que o conteúdo dos cofres se revela, aspectos da vida de Rubens e de Leônia aparecem em “flashbacks”, que começam sempre ligando um objeto encontrado com o passado de um deles.
A narrativa do assalto propriamente dita, foi filmada como num bom filme de ação: bem decupada, com várias opções de ângulos de câmera, porém a montagem não é clipada ou exageradamente acelerada. A montagem priorizou os “timings” dramáticos dos atores. Ela só é mais ágil nos momentos chaves da ação: a invasão, tiroteios etc. Nestes momentos utilizamos diversas câmeras na mão, como nos filmes de Paul Greengrass (principalmente “Domingo sangrento”). Esta narrativa foi montada de maneira cronológica, interrompida pelos flashbacks dos personagens e por elipses na ação. Através desta linha narrativa o filme revela os dramas pessoais e a deterioração das relações humanas deste grupo durante esta noite no interior do banco e nos dias subsequentes. A trilha sonora original composta por BiD é climática, densa, mas também moderna e ágil nos momentos de ação, mesclando elementos de pop e rock e trazendo uma forte influência dos westerns de Sérgio Leone.
Ela é mesclada com diversos fonogramas de diferentes gêneros da música brasileira, escolhidos pela própria roteirista Mariana Pamplona. Há desde um garnde clássico sertanejo, para entrarmos melhor no universo do interior do estado de São Paulo e também abrir possibilidades de comunicação com esse público do interior do estado, assim como o auge do rock nacional dos anos 80, como Plebe Rude e mestres da MPB como Belchior e Gal.
Sinopse:
Rubens. um poderoso bandido do interior paulista, resolve dar um último grande golpe com a ajuda da sua filha adotiva Leônia, que fugiu da Bahia depois de ser estuprada pelo seu verdadeiro pai. Mas nem tudo sai conforme o planejado durante o assalto aos cofres particulares de um banco na Avenida Paulista, coração de São Paulo. Rubens e Leônia só vão encontrar os seus verdadeiros destinos, ao desovar os frutos deste assalto no Paraguai, onde ambos entram em crise com os próprios valores existenciais.