Morreu na manhã desta quinta-feira (13/6) o artista plástico Óscar Ramos, aos 80 anos, ocorrido às 5h50 no Hospital Beneficente Portuguesa, Centro de Manaus, onde estava internado desde o dia 5 de junho, vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e, desde então, estava internado, mas não resistiu às complicações.
O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, em nome de todos os servidores municipais, lamentou profundamente a morte do artista que atuava como curador do Paço da Liberdade, prédio histórico que abriga o Museu da Cidade de Manaus.
“Dono de uma inteligência mordaz e generosa, Óscar Ramos era uma figura extremamente criativa e genial. Estivemos acompanhando toda a sua internação e foi com muita tristeza que eu e minha esposa Elisabeth Valeiko Ribeiro recebemos a notícia de sua morte. O Brasil e o mundo perdem um dos principais nomes das artes visuais”, disse o prefeito.
Reconhecidamente um dos maiores nomes da arte contemporânea do Brasil, nascido no Amazonas, Óscar Ramos possui uma longa trajetória composta por mais de 60 anos de produção, marcada pelo experimentalismo de apelo universal.
“Ao longo de uma carreira de mais de 60 anos, Óscar não apenas associou seu talento extraordinário ao nome do Amazonas como também colaborou imensamente para valorizar as Artes no Estado e aproximá-las do público amazonense, tendo sido coordenador do Centro Cultural Palácio Rio Negro, nos anos 1990, e tendo organizado o novo roteiro da Pinacoteca do Estado. Sua morte é uma dolorosa perda para a nossa cultura, para a nossa arte”, declarou o governador Wilson Lima.
Trajetória
Nascido no município de Itacoatiara em 1938, Óscar Ramos estudou Pintura Livre com Ivan Serpa, ícone do Construtivismo, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, nos anos 1960. Na década seguinte, ao lado de Luciano Figueiredo, desenvolveu uma arte que buscava fugir dos suportes tradicionais, ganhando espaço em cartazes e capas de livros e discos. Trabalhou ainda na concepção visual da célebre revista “Navilouca” (1972), idealizada por Torquato Neto e Waly Salomão, e reunindo nomes como Hélio Oiticica, Lygia Clark, Lygia Pape, Caetano Veloso e outros.
Óscar participou de eventos como a Bienal Internacional de São Paulo (1969 e 1970) e a mostra “Diversidade na Arte Contemporânea Brasileira”, em Paris (2005). Atuou como curador de diversas exposições regionais e nacionais. Teve uma carreira prolífica também no cinema, atuando como diretor de arte em filmes diversos, entre eles “O Gigante da América” (1978), de Júlio Bressane.
Na SEC, foi membro do Conselho Consultivo de Cultura, de 1995 a 2003; coordenador do Centro Cultural Palácio Rio Negro, de 1997 a 1998; e coordenador da Assessoria de Audiovisual e Film Comission, de 2005 a 2010. Em 2018, organizou o novo roteiro da Pinacoteca do Estado do Amazonas.
O velório acontecerá a partir das 16h, no Salão Nobre do Centro Cultural Palácio Rio Negro, na avenida Sete de Setembro, 1.546, Centro.