Bebê cardiopata é anestesiado, mas cirurgia é cancelada por falta de equipamento em centro cirúrgico

Centro Cirúrgico Francisca Mendes — Foto: Reprodução/Rede Amazônica
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São mais de 200 crianças cardiopatas que esperam na fila para passar por cirurgia no Hospital Francisca Mendes, em Manaus. Em sua maioria, recém-nascidos. As famílias que se aglomeram à espera de uma operação se deparam com a crise que assola a saúde pública do estado – e do hospital especializado. E a fila não anda. Nesta segunda-feira (16), por exemplo, duas cirurgias pré-marcadas foram canceladas por falta de equipamento.
Em uma delas, um bebê chegou a ser completamente anestesiado e levado ao centro cirúrgico. Lá, médicos encontraram o aparelho de anestesia quebrado. A máquina tem a função básica de administrar gases durante a anestesia inalatória, além de monitorar as condições das funções fisiológicas do paciente.

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“Pode ser que eles [governo] achem a questão simples, um mero acaso. Porém, do ponto de vista médico, é como um avião que quebra durante um voo, não pode acontecer”, avaliou um cirurgião.

O bebê, ainda anestesiado, foi levado de volta ao leito e a cirurgia cancelada. Pela mesma razão – a falta do aparelho – uma segunda operação, também em um recém-nascido, foi cancelada.

Equipes médicas, que há meses endossam o discurso de crise dentro da unidade hospitalar, afirmam que, apesar de promessas de melhorias, o governo ainda não cumpriu com demandas básicas para funcionamento regular das cirurgias. Além de infraestrutura, faltam remédios e os funcionários estão com salário atrasado.

Crise por falta de infraestrutura

Em abril deste ano, centro cirúrgico do hospital era usado como depósito. Funcionários afirmam que a situação ainda é a mesma, oito meses depois — Foto: Arquivo Pessoal

Em abril deste ano, centro cirúrgico do hospital era usado como depósito. Funcionários afirmam que a situação ainda é a mesma, oito meses depois — Foto: Arquivo Pessoal

O caso não é novo e a grande crise ligada ao Hospital Francisca Mendes – único do Amazonas que faz cirurgias cardíacas e é especializado em bebês e crianças – está diretamente ligada a problemas de infraestrutura.

O hospital, por exemplo, tem apenas um centro cirúrgico, com cinco salas de cirurgia em suas instalações. Há pelo menos oito meses, apenas três delas funcionam. Uma está desativada por falta de aparelhagem e outra é usada como depósito. Das seis salas de UTI, duas também estão paradas.

Entre elas, dividem-se apenas dois aparelhos de anestesia, um equipamento específico para realização de cirurgias em crianças de baixo peso. Ambos, segundo denúncia de funcionários que atuam na unidade e não querem se identificar, estão sem funcionar por falta de manutenção.

Em mais de uma ocasião, já aconteceu de o aparelho quebrar durante uma cirurgia, segundo relatos. Nesses casos, o anestesista precisa fazer a ventilação manualmente.

Há também a falta de leitos na unidade, o que torna lento o fluxo de pacientes – entre internações de pré e pós-operatório. Em maio deste ano, por exemplo, um bebê morreu após ter sua cirurgia adiada pela falta de leitos disponíveis na UTI pediátrica. Na época, três leitos estavam interditados devido a vazamentos. A situação foi estabelecida mas, desde então, não houve a instalação de nenhum novo – ou a ampliação da UTI.

Hoje, o Hospital Francisca Mendes tem oito leitos de UTI, sendo cinco infantis e três neonatais. O ideal seriam pelo menos 16 leitos.

“Dentro de um hospital que trabalha com alta complexidade, a inexistência ou paralisação de um leito de UTI, representa a paralisação de cirurgias. Não adianta ter leito cirúrgico e não ter leito de UTI. Dessa forma, eu não posso operar a criança”, chegou a afirmar a diretora do departamento de saúde da capital, Nayara Maksoud, em entrevista à Rede Amazônica no início do mês.

Sem mudanças em oito meses

Números mostram que o Francisca Mendes não tinha capacidade para abrigar a quantidade de bebês cardiopatas que aguardam na fila. Na época, entre janeiro e abril, 15 recém-nascidos já haviam morrido à espera de cirurgia.

O Governo, também à época, por meio da Susam, afirmou que ventiladores, monitores, além de carrinho anestésico tinham sido alugados de um fornecedor e seriam devidamente instalados. Oito meses depois, a equipe médica do hospital nega que qualquer promessa tenha sido, efetivamente, cumprida.

Agora, em dezembro, o número de crianças cardiopatas que morreram à espera de operação cirúrgica chega a 29, segundo a Associação dos Cardiopatas.

Fonte: G1 Amazonas

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