Brasil deve enfrentar pior fase da pandemia nas próximas semanas

Foto- Ingrid Anne/Semcom-
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Nos últimos dias, a pandemia no Brasil foi marcada por imagens de dor e de esperança. De um lado, a falta de oxigênio em Manaus mostrou a tragédia causada pela falta de coordenação contra a covid-19. Do outro, a aprovação das primeiras vacinas deu o primeiro sinal, ainda bem distante, de que essa crise sanitária vai ter um fim.

Em meio a tantas notícias, especialistas ouvidos pela BBC News Brasil alertam que a situação da pandemia no país deve se agravar entre o final de janeiro e o início de fevereiro.

“Estamos num momento bem preocupante. Talvez as pessoas não estejam percebendo ainda, mas tudo indica que as próximas semanas serão complicadas”, antevê o bioinformata Marcel Ribeiro-Dantas, pesquisador do Institut Curie, na França.

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De acordo com o levantamento feito pelo Conass (Conselho Nacional de Secretários da Saúde), o país contabiliza até o momento 8,5 milhões de casos e 210 mil mortes por covid-19. Nos últimos dias, a confirmação de novas infecções e óbitos pela doença tem se mantido num patamar considerado alto.

A tendência, de acordo com epidemiologistas, bioinformatas e cientistas de dados ouvidos pela reportagem, é que esses números se mantenham elevados ou subam ainda mais daqui para a frente.

Mas qual a razão para isso? Há pelo menos quatro fatores que ajudam a explicar esse momento da pandemia no Brasil.

Efeito Natal e Réveillon
Não foram poucos os relatos de aglomerações nos últimos dias de dezembro. A despeito das orientações das autoridades em saúde pública, muitos familiares e amigos resolveram se reunir para celebrar o Natal e a passagem para 2021.

Os efeitos das festas começam a ser sentidos agora. E isso pode ser explicado pela própria dinâmica da covid-19 e o tempo que a doença demora a se manifestar e se desenvolver.

“A transmissão do vírus pode até ter ocorrido durante essas festas, mas a necessidade de ficar num hospital ou até a morte do paciente leva semanas para acontecer”, nota o estatístico Leonardo Bastos, pesquisador em saúde pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.

Em linhas gerais, o indivíduo que é contaminado pelo coronavírus pode demorar até 14 dias para ter algum sintoma (como febre, tosse seca, dores, cansaço e falta de paladar ou olfato).

O problema é que, nesse ínterim, ele pode transmitir o agente infeccioso para outras pessoas, criando novas cadeias de transmissão na comunidade.

Já nos quadros mais graves da doença, que evoluem para falta de ar e acometimento dos pulmões, há uma janela de cerca de sete dias entre o contato com o vírus e a necessidade de internação.

Depois da hospitalização, os pacientes que morrem por covid-19 podem ficar até cinco semanas num leito antes de falecer.

Considerando esse tempo todo de evolução da doença e o atraso nas notificações, é de se esperar que as infecções pelo coronavírus que aconteceram entre os dias 24 de dezembro e 1º de janeiro apareçam com mais frequência nos boletins epidemiológicos daqui pra frente.

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Essa bola de neve do final de ano pode ser emendada com outra, provocada pelas aglomerações relacionadas ao Enem.

É preciso considerar que, no último domingo (17/12), mais de 2,5 milhões de brasileiros se deslocaram até o local da prova e permaneceram por várias horas em locais fechados com desconhecidos ao redor.

Os epidemiologistas e cientistas de dados poderão medir o efeito dessa movimentação de tanta gente nas cidades brasileiras a partir de fevereiro ou março.

Onda de mutações e variantes
Nas últimas semanas, cientistas detectaram variantes do coronavírus que causaram grande preocupação.

Três dessas novas versões ganharam destaque. Elas foram encontradas no Reino Unido, na África do Sul e no Brasil (mais precisamente em Manaus).

O que chamou atenção é que esse trio traz mutações nos genes relacionados à espícula, uma estrutura que fica na superfície viral e permite que ele invada as células do nosso corpo para dar início à infecção.

Tudo indica que essas mudanças genéticas deixaram o vírus ainda mais infeccioso e podem facilitar a sua transmissão. Isso ajudaria a explicar, por exemplo, o aumento de casos que ocorreu em algumas cidades britânicas ou em Manaus.

Por mais que essas variantes não tenham sido relacionadas a quadros mais graves de covid-19, elas podem ter um efeito indireto na mortalidade — afinal, se mais gente pegar a doença, o número de internações e mortes subirá.

“Os vírus sofrem modificações a todo o momento e, quanto mais ele circular entre as pessoas, maior será a chance de ele ter mutações e se tornar mais ou menos agressivo”, pondera o médico Marcio Sommer Bittencourt, do Centro de Pesquisa Clínica e Epidemiologia do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP).

 

BBC News

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