Moradores da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã agora tem uma nova alternativa para impulsionar o turismo local e o crescimento econômico sustentável. Sonho antigo dos ribeirinhos da região, a Pousada Paraíso do Uatumã foi entregue neste sábado (10) pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS) e Governo do Amazonas, com apoio financeiro do Fundo Amazônia/BNDES. A cerimônia contou com a presença do governador Wilson Lima.
Localizada na comunidade de São Francisco do Caribi, dentro da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã, em Itapiranga (a 331 quilômetros da capital), a pousada é um empreendimento turístico sustentável e está inserida no projeto de incentivo a alternativas de geração de renda para populações que vivem dentro de Unidades de Conservação (UC) do estado, em parceria com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema).
“Esse é um empreendimento feito pela própria comunidade, em uma Reserva de Desenvolvimento Sustentável localizada ao longo do rio Uatumã. Já é a décima pousada feita dentro desse modelo em que os administradores são os moradores e tudo isso é revertido em forma de benefício para esses cidadãos. É um modelo que nós queremos levar para outras regiões do estado, levando em conta o potencial de cada uma delas. Aqui, o potencial é a atividade turística, principal atividade econômica desses moradores”, destacou o governador Wilson Lima.
Financiamento
A pousada foi financiada com recursos do Fundo Amazônia/BNDES. A entrega contou com a presença da primeira-dama do Estado, Taiana Lima; do secretário da Sema, Eduardo Taveira; do superintendente-geral da FAS, Virgílio Viana, além dos deputados estaduais Joana Darc, Terezinha Ruiz e Saullo Viana.
“Aliar conservação ambiental com desenvolvimento econômico e também com a valorização das pessoas é o critério para o desenvolvimento sustentável. Isso envolve um ecossistema importante para a melhoria da qualidade de vida das pessoas com conservação ambiental. A estratégia é manter a pessoa aqui, na unidade de conservação, fazendo com que ela seja bem sucedida. Trazer políticas públicas para que elas possam ficar aqui é um compromisso que o governo tem de ter e proporcionar esse impacto positivo na vida das pessoas”, destacou o secretário da Sema, Eduardo Taveira.
Para a líder do Governo na Assembleia Legislativa do Estado e presidente da Comissão de Meio Ambiente da ALE-AM, deputada Joana Darc, empreendimentos como esse são importantes para a conservação do ecossistema. “Em 2018, visitaram as comunidades que estão no entorno do Uatumã mais de 1.400 pessoas, que gastaram aqui R$ 5 milhões, dinheiro investido para a melhoria das famílias, para o desenvolvimento econômico, mas, acima de tudo, para o desenvolvimento sustentável. Quando a gente consegue trazer renda para as comunidades, a gente consegue manter a floresta em pé e os nossos rios preservados na prática”, afirmou Joana Darc.
Conquista histórica
A presidente da Associação Agroextrativista das Comunidades da RDS Uatumã, Cleide Oliveira Ferreira, disse que este momento se trata de uma conquista histórica. “Não imaginam como isso é importante para todos nós, principalmente para os moradores da própria comunidade. É um sonho deles, e como a associação é parceira, queríamos ver esse sonho realizado. Para a gente, é muito gratificante e nós só temos a agradecer às pessoas que nos apoiaram e nos ajudaram”, disse Cleide.
“O turismo de base comunitária tem um potencial enorme no Amazonas, pois além de beneficiar as famílias que participam, ajuda a valorizar a floresta em pé, e esse é um dos objetivos do Edital Floresta em Pé. São 17 projetos apoiados em todo o Amazonas, com apoio do Fundo Amazônia/BNDES e Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema)”, destacou o superintendente-geral da FAS, Virgílio Viana.
O programa se chama Edital Floresta em Pé, primeira chamada pública que a FAS pode incentivar empreendimentos locais. Nós estamos contemplando 17 projetos em 11 municípios do estado do Amazonas, que abarcam 11 cadeias produtivas diferentes. Esse aqui, em especial, trata-se de turismo de base comunitária que vem para reforçar o turismo de pesca esportiva na área”, explicou a coordenadora de editais da FAS, Mickela Souza.
Iniciado em 2017 pela FAS com apoio da Fundo Amazônia/BNDES e Governo do Amazonas, o edital recebeu 181 inscrições, avaliadas por um comitê independente que selecionou os projetos 17 aptos para receberem os aportes em torno de R$ 150 mil. Desde então, além do investimento em ações estruturantes, a FAS fornece monitoramento e assessoria em gestão de projetos junto às organizações.