Um grupo de aproximadamente 15 pessoas, composto por brasileiros e venezuelanos, invadiu a Embaixada da Venezuela na 803 Sul, em Brasília, na manhã desta quarta-feira (13/11). A ação é encabeçada pelo engenheiro venezuelano Alberto Palombo, que reconhece Juan Guaidó como o presidente do país. Das 15 pessoas, duas foram expulsas por apoiadores de Nicólas Maduro e estão do lado de fora, inclusive Palombo.
Em nota, a embaixadora Maria Teresa Belandria Expósito diz que a ação foi imediatamente comunicada ao Ministério das Relações Exteriores (MRE). “Eles começaram a abrir as portas e entregar voluntariamente a sede diplomática à representação legitimamente credenciada em Brasil”, diz.
“Funcionários da Embaixada que trabalham para o Maduro mudaram de lado e deixaram os portões abertos. Nós não invadimos”, disse o engenheiro Alberto Palombo. No entanto, o deputado Paulo Pimenta afirma que o grupo pulou os portões. Esquerdistas gritam “Gaidó é narcotraficante, fascista”. Em outros momentos gritam o nome de Maduro.
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A jornalista Juliana de Andrade, correspondente da Telesur, está dentro da embaixada e disse que, em uma reunião, funcionários do MRE disseram que a invasão foi encabeçada pelo Ministério. Segundo ela, o grupo está ameaçando crianças e mulheres lá dentro e que ela foi agredida por um homem.
Em nota, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) disse que o governo brasileiro e o presidente “jamais tomou conhecimento e, muito menos, incentivou a invasão”. O Texto também diz que as forças de segurança, da União e do Distrito Federal, estão tomando providências para que a situação se resolva pacificamente e retorne à normalidade. “Como sempre, há indivíduos inescrupulosos e levianos que querem tirar proveito dos acontecimentos para gerar desordem e instabilidade”, diz o GSI.
Filho do presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro publicou um vídeo gravado pelo diplomata Tomás Silva na embaixada. Silva reafirmou que os funcionários da embaixada reconheceram Juan Guaidó como presidente venezuelano. “Estamos felizes, estamos contentes.” O diplomata também convocou o povo venezuelano para um grande protesto nacional contra Nicolás Maduro marcado para o próximo sábado (16/11).
Bem tranquilo Diplomata Tomás Silva manda recado após entrar na embaixada da Venezuela no Brasil.
Maduro é um narcoditador, não um presidente eleito. Ano passado mais de 80% de venezuelanos não compareceram para votar, fora os que foram votar debaixo de ameaça.#ForaMaduro pic.twitter.com/fRxjqrh3gX
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) November 13, 2019
Bate-boca e prisões
No fim da manhã, manifestante à favor e os contra a invasão bateram boca na porta da embaixada. Houve alguns confrontos, inclusive com troca de socos. A PMDF prendeu quatro pessoas na confusão. Eles foram levados para à 5ª DP.
Esquema de segurança para o Brics
A confusão ocorre mesmo com o esquema de segurança montado para o encontro da cúpula dos Brics, no Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty). Em terra, a Esplanada dos Ministérios tem a entrada de automóveis restrito para autoridades envolvidas no evento e o acesso a diversos prédios interditado. Pelo ar, 40 aeronaves vão patrulhar os céus prontas para repelir qualquer ameaça. Ao todo, 1.600 militares vão participar da operação de defesa área.
Chefes de Estado de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul se reúnem na capital nesta quarta-feira (13/11) e quinta-feira. Servidores públicos terão ponto facultativo, na quinta e na sexta-feira, nas unidades administrativas federais localizadas na Esplanada dos Ministérios. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, também decretou ponto facultativa para os servidores do GDF.
Fonte: Correio Braziliense