A Universidade Estadual do Amazonas (UEA) produziu o Plano Estratégico Emergencial de Saúde Mental para Enfrentamento da Covid-19. A medida concentra conhecimentos, recursos e solidariedade para construir uma resposta integrada e com embasamento científico e é baseado, principalmente, nas lições aprendidas em outros países e disponíveis nas plataformas que reúnem as mais relevantes e recentes publicações científicas.
O plano mostra que a Intervenção em Crise Psicológica (ICP) tem sido a abordagem mais indicada para essas situações e pode ser disponibilizada para pacientes, profissionais de saúde, pacientes-contato e população em geral com o principal objetivo de minimizar os danos psicológicos e fornecer assistência oportuna à prevenção e controle da epidemia por redução ao estresse e trauma.
Com isso, o material foi construído com diferentes tópicos, para que cada população específica tenha uma intervenção diferenciada e seja acolhida de forma correta pelo serviço, com técnicas de solução de problemas para ajudar no enfrentamento dos principais fatores de estresse, a partir da sua identificação.
No caso dos profissionais de saúde, o plano abrange o encorajamento para construção de um plano de resiliência que inclua ações de autocuidado e estratégias para enfrentamento de uma possível estigmatização, sendo essa a questão fundamental no suporte para esse grupo de pessoas.
Epidemias anteriores mostraram que os problemas de saúde mental decorrentes de tão elevado nível de estresse comprometem a atenção, afetam a sinergia da equipe e a capacidade de tomada de decisões dos trabalhadores, o que impacta não somente a luta contra a Covid-19, mas também pode ter um efeito duradouro no bem-estar geral dos profissionais.
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Já nos casos dos pacientes internados, foi considerado o curso da doença, a gravidade dos sintomas clínicos, o local de tratamento (clínica médica ou terapia intensiva), capacidade cognitiva do paciente em compreender a doença, nível de estresse, para então identificar aqueles que precisam de intervenção psicológica e formular medidas específicas para melhorar a eficácia dessas intervenções. As ações foram centralizadas para estabilizar as emoções do paciente, ajudando a traçar um plano de autocuidado e resiliência.
“Além desses, o plano contempla ações para pacientes em isolamento domiciliar, pessoas em quarentena, pacientes em condições especiais de saúde, pacientes idosos ou com comorbidades e a população em geral”, pontuou uma das coordenadoras do projeto, a psicóloga Sônia Lemos.
Por fim, o material explica que a linha direta em um Plantão Psicológico por chamada telefônica ou chat deve apoiar na manutenção da saúde mental dos cidadãos durante este surto. Este serviço deve servir a três propósitos: 1) Informação – disponibilizar dados corretos e claros de fontes oficiais e sustentados cientificamente; 2) Aconselhamento Psicológico – modalidade de intervenção centrada na facilitação e expressão dos sentimentos, pensamentos e conflitos, bem como alternativas para lidar com eles; e 3) Encaminhamento – em caso de risco iminente, encorajar a pessoa a procurar seu serviço de referência (cuidado de condição clínica) ou unidade sanitária de referência (em caso de sintomas Covid-19).
Todo o conteúdo pode ser acessado no portal da UEA (www.uea.edu.br )
*Assessoria