Depois de cem anos com fábricas no Brasil, a montadora Ford anunciou nesta segunda o fechamento de suas fabricas na Bahia, Ceará e São Paulo. A alta do dólar, a pandemia, e o custo Brasil foram apontados como fatores que pesaram na decisão. Ao todo, 5 mil empregos devem ser afetados. O que pouca gente sabe é que a Ford já teve uma fabrica na Amazônia: Fordlândia no interior do Pará. Um projeto que fracassou por querer impor padrões americanos a realidade amazônica.
A ideia da Fordlândia, que fica no município de Aveiro no Pará, foi do próprio Henry Ford que tinha a intenção de tornar Fordlândia o polo fornecedor de látex aos seus empreendimentos, material necessário para a confecção de pneus para seus automóveis. Os americanos que vieram para a região acabaram não se adaptando e houve revolta também entre os trabalhadores da região que não aceitavam o padrão estadunidense para as atividade da fábrica.
Mas no restante do país, a relação da Ford foi bem melhor sucedida. Foram cem anos de plantas instaladas em vários estados. A primeira fábrica de automóveis do Brasil foi da Ford em São Paulo.
Em 1974 , a fábrica de Taubaté, com investimento de US$ 400 milhões. Em 1978, foi a vez da abertura do Campo de Provas de Tatuí, em São Paulo. Em 2001, foi inaugurada a fábrica de Camaçari, na Bahia, puxando para si a maior parte da produção de veículos de passeio, como o novo Fiesta e EcoSport. Em contrapartida, São Bernardo recebeu a linha de caminhões, vinda da extinta unidade do Ipiranga, na capital paulista. Em 2015, a planta comemorou o marco de 1 milhão de unidades produzidas.
Hoje, no anuncio do fechamento das fábricas, a empresa ressaltou o custo brasil que é o alto valor investido pelas industrias para produzir no país. Segundo a ANFEA, Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, é R$1,5 trilhão de reais mais caro produzir no Brasil do que em outros países.
O Ministério da Economia divulgou nota lamentando a decisão da Ford de encerrar a produção no Brasil e informou que “trabalha intensamente na redução do Custo Brasil com iniciativas que já promoveram avanços importantes.”