O presidente Bolsonaro comentou sobre a visita do ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello a Manaus e disse nesta terça-feira (12), que foi preciso intervir no Estado porque não se faz na cidade “tratamento precoce” contra Covid-19.
Ao comentar a situação de Manaus em conversa com os apoiadores, o presidente afirmou ainda que a cidade está um caos e o ‘número de mortes aumentou assustadoramente’. “Por asfixia porque não tinha oxigênio. O governo estadual e municipal deixou acabar oxigênio. É morrendo asfixiado. Imagine você morrendo afogado. Fomos para lá e ele interferiu. Estão falando já que interferiu. Então vai deixar o pessoal morrer?”, afirmou Bolsonaro.
Assista:
Críticas após visita de Pazuello
O senador e ex-governador do Amazonas, Eduardo Braga (MDB), classificou como “frustrante” a declaração do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, de que a “prioridade é o Brasil”, descartando que o Amazonas receberá primeiro e mais doses de imunizantes que outros estados.
“Frustrante. Esperávamos anúncios de como salvar vidas e cuidar das pessoas. Não deu resposta às pessoas que estão desesperadas a procura de atendimento nas unidades públicas e não encontram. A esperança da vacinação tb não aconteceu. É preciso ter ações rápidas para salvar vidas”, escreveu o senador em seu perfil no Twitter.
O Deputado Estadual, Wilker Barreto descreveu a visita com a palavra “decepção”. “Esperava um Governo Federal priorizando o Amazonas no programa de vacinação contra a Covid-19. E não fomos priorizados! Continuamos a ver um Governo do Amazonas inerte, que não se antecipa à falta de oxigênio e desde agosto parou de prevenir. A Prefeitura é outra que precisa agir!”, afirmou o deputado por meio de nota.
Outro Deputado que se pronunciou após visita de Pazuello, foi Belarmino Lins que classificou a vinda do ministro como “frustrante”. “Estamos decepcionados, pois se na capital os gastos serão altos para tocar em frente a vacina, no interior o problema será bem mais angustiante, tendo em vista as distâncias, a complexidade geográfica e a falta de material humano devido ao sistema quase colapsado”, lamentou o parlamentar.
Antes da fala de Pazuello, ocorrida em evento Centro Cultural Vasco Vasques (CCAA) o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), ainda chegou a fazer um apelo para que a cidade tivesse prioridade.
O governador Wilson Lima (PSC) falou depois do ministro e também citou as particularidades do Estado, como a necessidade de logística e de um trabalho específico para a vacinação de povos indígenas.
Chegada de oxigênio
Na manhã desta terça-feira (12/01) uma nova carga com 200 cilindros de oxigênio desembarcou em Manaus, transportada de São Paulo, em avião da Força Aérea Brasileira (FAB). A remessa faz parte de uma carga de 30 mil metros cúbicos programados para serem transportados de Guarulhos (SP) para Manaus até a próxima quinta-feira (14/01). Na noite de segunda-feira, uma remessa de 50 mil metros cúbicos desembarcou na capital amazonense por via fluvial vinda de Belém.
A força-tarefa é uma das ações programadas pelo Comitê de Resposta Rápida, que reuniu em um comando único os três níveis de governo – federal, estadual e municipal – no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) do Governo do Amazonas.
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O oxigênio transportado pertence à White Martins, fornecedora dos hospitais da rede estadual de saúde. Na semana passada, a empresa informou que o consumo de oxigênio quintuplicou e que estava operando no limite da sua capacidade, o que fez com que o Estado pedisse ajuda às Forças Armadas para auxiliar no transporte do produto produzido pela empresa em outras regiões do Brasil. O consumo está relacionado ao aumento súbito de internações na rede pública e privada, principalmente nas últimas duas semanas.
Além dos 200 cilindros de hoje, uma remessa de 150 cilindros está programada para chegar na quarta-feira (13/01) e outra de 150 cilindros na quinta-feira (14/01), que equivalem juntas a 5 mil metros cúbicos. Outros 25 mil metros cúbicos em isotanques também estão na programação de voos desta semana da FAB, partindo do aeroporto de Guarulhos.
Desde sexta-feira (08/01), a força-tarefa sob o comando da Defesa Civil do Amazonas atua no transporte de oxigênio de Belém, Brasília e Guarulhos.