Lives são sucesso de audiência, mas geram controvérsia

Cantor Gusttavo Lima foi criticado pelo consumo de bebidas alcóolicas. Foto: Reprodução / YouTube
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O formato das lives musicais que ganha o mundo em meio à pandemia não é novidade: shows  são transmitidos pela internet desde os anos 1990. A primeira banda de que se tem notícia a realizar uma live é a Severe Tire Damage, em 1993, cujos integrantes trabalhavam no Vale do Silício (EUA), berço tecnológico da geração digital. E, em novembro de 1994, os Rolling Stones transmitiram cinco músicas de uma apresentação em Dallas pela web.

No primeiro trimestre deste ano, quando a covid-19 começou a atingir outros países além da China, alguns artistas começaram a realizar lives caseiras para entreter o público em isolamento social. A ideia também era reforçar a mensagem para as pessoas ficarem em casa. Uma das apresentações de maior repercussão deste período foi a de Chris Martin, vocalista do Coldplay, que fez uma performance intimista marcada pela espontaneidade, em que até os erros eram atrativos – ou seja, uma live “raiz”.

Segundo dados do YouTube, houve um aumento significativo nas buscas por esse tipo de show na plataforma de vídeos. “Nos últimos 30 dias, o interesse em ‘live’ aumentou 4.900% no Brasil. Nos últimos sete dias, somos o país que mais procurou por lives. Também notamos lives de grande repercussão no YouTube que foram parar na seção Em Alta nos últimos dias, outro indício do interesse por esse tipo de conteúdo na plataforma”, diz a empresa em nota.

Além dos números, reforça o sucesso o progressivo interesse que as lives despertaram em anunciantes e nas emissoras de televisão, abertas e por assinatura. Shows como o de Sandy e Junior e Ivete Sangalo, por exemplo, tiveram o patrocínio de grandes marcas. E o da baiana ainda transformou-se em um grande evento multiplataforma.

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Para Karine Karam, professora de pesquisa e comportamento do consumidor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) do Rio, os patrocinadores precisam estar atentos se o artista da live combina com os valores e o DNA da marca.

– É preciso combinar muito bem com as assessorias dos artistas e, eventualmente, até acompanhar a live. Controlar muito bem o uso da marca para o anúncio não ficar ofensivo ou artificial. Tem que ser convincente e autêntico – avalia.

Críticas

Embora as lives com produções caprichadas tenham atraído público e patrocinadores, nem tudo é festa. Alguns desses shows foram criticados por reunirem equipes trabalhando nos bastidores, contrariando as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) de distanciamento social.

Em abril, o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) abriu uma representação ética contra ações publicitárias de responsabilidade da Ambev e de Gusttavo Lima. Segundo nota, a denúncia “cita a falta de mecanismo de restrição de acesso ao conteúdo das lives a menores de idade e a repetida apresentação de ingestão de cerveja, em potencial estímulo ao consumo irresponsável do produto”.

O comunicado do conselho diz ainda: “A direção do Conar, ao acolher a denúncia dos consumidores, destacou o formato inovador da comunicação publicitária para o momento vivido pelo país, mas considerou que ela deve ser conciliada com os princípios fundamentais da comunicação comercial do segmento, com a divulgação responsável de bebidas alcoólicas e sem fragilizar os cuidado para que não seja difundida a crianças e adolescentes.

Contrariado, Gusttavo Lima chegou a anunciar que pararia de fazer lives. “Acho que uma live engessada e politicamente correta não tem graça”, escreveu em suas redes sociais. No entanto, voltou atrás e realizará uma apresentação online com o cantor Leonardo neste domingo (3).

Já a dupla sertaneja César Menotti e Fabiano chegou a ver sua live sair do ar no YouTube. Os anúncios estavam no mesmo formato dos vendidos pela plataforma, o que infringe as diretrizes do YouTube. Uma nova versão editada da live foi providenciada.

“O YouTube não fez nenhuma mudança recente em suas regras. As recomendações são de que os artistas fiquem atentos para que as transmissões estejam de acordo com as diretrizes da nossa comunidade e observem as suas obrigações legais relacionadas aos conteúdos exibidos. O que temos feito é trabalhar ainda mais próximos de gravadoras e escritórios de artistas para auxiliá-los no entendimento de nossas políticas”, diz a empresa.

Para não se regrar pela diretrizes do YouTube, o sertanejo Matheus, da dupla com Kauan, decidiu criar um aplicativo para que os artistas possam se apresentar livremente. Intitulado Live, Live Brasil, a plataforma vai vender transmissões a R$ 4,99 cada. Em entrevista à Folha de S.Paulo, Matheus ressaltou que as lives terão menos patrocínios, já que parte da arrecadação vem da venda dos próprios conteúdos. Por sua vez, a dupla Anavitória foi contestada nas redes sociais ao anunciar a cobrança de ingressos no valor de R$ 95 por um pacote de seis lives. Justificaram que o projeto visa arrecadar dinheiro para a equipe técnica que trabalha com elas.

Fonte: GZH

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