Mãe de Miguel vai cursar direito para honrar memória de filho morto ao cair de 9º andar

Mirtes já está matriculada no curso de direito e pretende se engajar em causas como a dela. © Yuri Ferreira
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Mirtes Renata Santana de Souza, a empregada doméstica que viu seu filho Miguel morrer enquanto estava sob cuidados de sua patroa Sarí Corte Real, vai cursar direito para honrar a memória do jovem de apenas cinco anos. Matriculada na faculdade, ela pretende advogar em causas sociais e vai começar os estudos em 2021. “Meu filho me deu o dever de ajudar o próximo”, disse.

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Justiça por Miguel
Mirtes era empregada de Sarí Corte Real, mulher branca que ordenou que a empregada negra fosse passear com os cachorros. O filho de Mirtes ficou na casa da patroa, que fazia as unhas em plena pandemia. Quando viu a mãe voltando da caminhada, o garoinho saiu em direção ao elevador. Queria encontrar Mirtes. Para Sarí, tratava-se de uma criança impaciente. A mulher, então, não pensou duas vezes e deixou que uma criança de apenas cinco anos de idade usasse o elevador do prédio sozinha, o que, aliás, não é permitido pela lei. Miguel chegou ao nono andar e caiu do parapeito da janela.

Se antes Mirtes pretendia fazer faculdade à distância por causa de seu filho, a sua luta agora lhe deu gás para defender os excluídos do sistema. “Antes, eu pensava em fazer administração a distância, para poder ter tempo de cuidar de Miguel. Agora, com essa tragédia, acabei escolhendo o direito porque senti na pele as injustiças e a morosidade do sistema. Me vi nessa missão de cursar direito para poder ajudar outras pessoas”, diz Mirtes.

Mirtes continua trabalhando como empregada, concilia o trabalho agora em uma ONG e vai arranjar tempo para dar oficinas e palestras. “Eu vou participar de um treinamento para dar palestras, fazer oficinas. Já expliquei que vou começar a faculdade, que tenho essa necessidade de conciliar o trabalho e os estudos, e me disseram que não vai ter problema”, contou.

Sarí Corte Real © Kauê Vieira

Sarí Corte Real é ré por abandono de incapaz com resultado em morte e foi indiciada pela polícia por homicídio culposo, mas responde em liberdade após pagar fiança de R$ 20 mil. Vale lembrar que a ex-patroa de Mirtes é mulher de Sérgio Hacker, atual prefeito de Tamandaré.

Com Mirtes, o mundo da advocacia pode ganhar uma participante mais engajada com os negros, os pobres e as mulheres. Conhecedora na pele da dor mais forte do racismo e das marcas da escravidão, a chegada de Mirtes ao mundo jurídico é uma das melhores notícias do triste 2020.

 

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