Paxlovid, antiviral da Pfizer, entra na luta contra covid-19 no Brasil

Medicamento da Pfizer é indicado somente para pacientes adultos e não substutui a vacina Foto: reprodução
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A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou na quarta-feira, (30/03), o uso emergencial do Paxlovid, antiviral fabricado pela Pfizer, contra covid-19. O pedido havia sido feito em 15 de fevereiro, mas apenas agora a decisão foi tomada, em reunião da Diretoria Colegiada do órgão.

Apesar da aprovação, o medicamento deve ser prescrito por médicos especialistas em infectologia e com experiência em tratamento da doença. É o que alerta a professora Soraya Smaili, farmacologista da Escola Paulista de Medicina, que foi Reitora da Unifesp no período 2013-2021 e é coordenadora do Centro SOU Ciência, lançado em julho de 2021.

“Trata-se de um medicamento que vem sendo estudado desde o ano passado, em novembro de 21 foram publicados os dados considerados bem promissores. Em dez foi aprovado pelo FDA nos Estados Unidos e aqui no Brasil estava em análise pela Anvisa, que agora aprovou de maneira emergencial. Os resultados apresentados até o momento foram muito promissores”, afirma Soraya.

“Mas toda a atenção é necessária. O medicamento ainda está em fase de aprovação emergencial, é preciso acompanhar. Deve ser prescrito por médicos especialistas em infectologia e com experiência em tratamento da covid-19”, completa a professora.

O Paxlovid é o primeiro antiviral para o coronavírus aprovado no Brasil e o primeiro que é de uso oral, sendo que o paciente não precisa de hospitalização para ter o tratamento.

“Torna-se bastante importante em paciente com imunidade mais comprometida, ou com aqueles que têm doenças de base, além dos idosos que já receberam as vacinas há mais tempo e que têm uma imunossenecência. É uma medida importante e acrescenta em termos de alternativas para aqueles que são infectados pelo coronavírus”, considera a farmacologista.

O Paxolovid é um inibidor de protease, que é uma enzima que o vírus utiliza para aumentar a replicação e se espalhar. Por isso, ajuda a diminuir a circulação do vírus em pacientes logo nos primeiros dias dos sintomas. Ainda não se sabe o custo da droga. O medicamento ainda não está disponível no SUS.

O medicamento não substitui a vacina    

Durante a reunião, a diretora relatora enfatizou ainda que a autorização possibilita a adição de uma nova estratégia de tratamento na relação dos procedimentos médicos usados para reduzir os danos da pandemia.   

“Reitero que a vacinação continua sendo a melhor estratégia para evitar a Covid-19, as hospitalizações e os óbitos”, afirmou Meiruze Freitas.

Com a aprovação do Paxlovid, nesta quarta-feira (30/3), já são 8 os medicamentos quer tiveram aprovação pela Anvisa para a Covid-19.

Destes, a associação de antiorpos monoclonais Banlanivimabe e etesevimab teve sua autorização revogada em fevereiro, a pedido da própria empresa, que não apresentou os dados de eficácia contra a variante Ômicron.

Já os medicamentos Regn-Cov-2 (carisivimabe e imdesivimabe) e Regkirona (regdanvimabe) tiveram sua autorização de uso temporariamente suspensa em 28/03 até que sejam apresentados dados que comprovem a sua eficácia contra a variante Ômicron do Sars-CoV-2 ou outra variante de preocupação que venha a se tornar predominante no país.

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