Polícia Civil abre inquérito para investigar acidente que deixou dois mortos em Tabatinga

Foto: Divulgação PC-AM
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A Polícia Civil do Amazonas, por meio da Delegacia de Tabatinga, abriu na sexta-feira (10) inquérito para investigar o acidente biológico ou químico ocorrido em uma balsa no Porto do Zé Mota, em Tabatinga, que intoxicou 40 pessoas, causando a morte de dois homens e deixando outra vítima em estado grave.

O secretário de Segurança Pública, coronel Louismar Bonates, determinou que o diretor do Departamento de Polícia Técnico-Científica, Lin Hung Cha, cuide pessoalmente do caso. O diretor deve embarcar para a cidade amanhã. Um perito do Instituto de Criminalística, que está em Benjamin Constant, segue ainda neste sábado para a perícia na cidade.

O inquérito em Tabatinga está sendo conduzido pela delegada Mary Anne Trovão, que é a titular da unidade policial do município. A Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros, a Marinha e a Polícia Civil estão no atendimento do caso, desde ontem. Hoje, fizeram o trabalho de isolamento da área, retirando as embarcações dos arredores. Pela manhã, o Porto foi interditado para a circulação de pessoas, devido o alto risco de contaminação. A balsa, denominada Melina Jaina, onde ocorreu o acidente deve ser deslocada para uma área segura por medida de precaução.

Segundo a delegada, 40 pessoas foram encaminhadas para atendimento nas unidades de saúde, desde ontem. “As duas mortes foram ocasionadas por agentes biológicos ou químicos, o que vai ser melhor esclarecido com a perícia. Ainda há uma terceira vítima em estado grave, na UTI”, disse.

Neste sábado, a Polícia Civil ouviu três pessoas que trabalham nas embarcações. “É um inquérito policial de homicídio culposo, para gente detectar a questão de negligência, imperícia e imprudência por parte do provável gestor, comandante e até proprietário. O proprietário mora em Manaus. Estamos pegando todos os dados para que ele seja ouvido. Aqui só estão os comandantes, no caso o prático, que pilota, e o gestor de recebimento das mercadorias”, salienta Mary Anne.

Ainda não é possível afirmar que o vazamento foi de gás. “Sabe-se que foi uma ação tóxica, pode ter sido biológica ou química. A gente só conseguiu identificar, dosar, através de um aparelho da Marinha, o nível de oxigênio nos porões, que deu 8%. Ou seja, qualquer pessoa que entrasse ali ia falecer imediatamente”, relatou a delegada.

O acidente

Segundo informações da Polícia Militar, o acionamento ocorreu por volta das 14h de ontem. Os policiais chegaram no local e já encontraram algumas pessoas intoxicadas. Foi feito o isolamento da área e a reanimação cardiorrespiratória de algumas vítimas, com apoio do Corpo de Bombeiros.

As vítimas fatais foram o prático da balsa, José Tavares Sobrinho, 38, e um diarista, Arisson Abelardo Albuquerque, 42, que foram atendidos no Hospital do Exército. O carregador Manuel Mendes Uchoa, 39, está internado na UTI do Hospital do Exército.

“Ontem não houve explosão. No final da tarde, houve um foco de incêndio na balsa, que foi contido pelo Corpo de Bombeiros. A balsa vai ser retirada do porto e vai para um local de quarentena por orientação da Marinha, com quem estamos trabalhando em parceria, assim como com o Corpo de Bombeiros”, afirmou a delegada.

*Assessoria

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