Portugal comparece às urnas em eleições de alto risco para o primeiro-ministro

© PATRICIA DE MELO MOREIRA O primeiro-ministro de Portugal, o socialista António Costa, durante comício em Lisboa
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Com a direita muito próxima nas pesquisas, o primeiro-ministro de Portugal, o socialista António Costa, luta por sua permanência no cargo nas eleições legislativas antecipadas deste domingo, nas quais a extrema-direita pode avançar consideravelmente.

O primeiro-ministro de Portugal, o socialista António Costa, durante comício em Lisboa em 27 de janeiro de 2022© PATRICIA DE MELO MOREIRA O primeiro-ministro de Portugal, o socialista António Costa, durante comício em Lisboa em 27 de janeiro de 2022
Os locais de votação permanecerão abertos das 8H00 GMT (5H00 de Brasília) até 19H00 GMT (16H00 de Brasília). Uma hora depois serão divulgadas as pesquisas de boca de urna.

“Vencemos a austeridade e a estagnação, estamos no caminho para vencer a pandemia e no domingo também venceremos esta crise política para dar estabilidade ao país”, disse na sexta-feira, no ato de encerramento da campanha, o primeiro-ministro Costa, que está no poder desde 2015.

O chefe de Governo, de 60 anos, expressa orgulho por ter “virado a página da austeridade orçamentária” aplicada pela direita após a crise financeira mundial com a aliança histórica formada em 2015 com os partidos da esquerda radical, Bloco de Esquerdas e os comunistas.

Mas, quando o governo minoritário também almejava “virar a página da pandemia” com uma taxa de vacinação recorde e a liberação dos fundos de estímulo econômico europeus, seus aliados rejeitaram o projeto de orçamento para 2022, o que provocou a convocação de eleições antecipadas.

Quando a data da votação foi anunciada há três meses, o Partido Socialista (PS) tinha 13 pontos de vantagem nas pesquisas sobre a principal formação de oposição, o Partido Social-Democrata (PSD).

– “Desencanto” –

Mas a vantagem praticamente evaporou nas últimas semanas. O PS oscila entre 35-36% das intenções devoto nas pesquisas, contra 33% para o PSD, liderado por Rui Rio, ex-prefeito da cidade do Porto. A diferença é tão pequena que os institutos de pesquisa apontam um “empate técnico”.

Com um a cada 10 portugueses em quarentenas, o nível de participação nas eleições, as terceiras organizadas em Portugal durante a pandemia, é outro fator de incerteza.

“O avanço de Rui Rio nas pesquisas demonstra que a população quer mudança”, disse À AFP Paulo Faria, 49 anos, dono de restaurante.

“O balanço do governo não é muito bom, mas com a covid não se pode esperar muito mais”, afirmou Isabel Rodrigues, moradora de Lisboa, de 50 anos.

“Apesar de um certo desencanto com o Partido Socialista, a maioria dos eleitores considera que Costa tem mais competência e experiência para governar que Rio, um economista de 64 anos elogiado por sua sinceridade e autenticidade”, explica a cientista política Marina Costa Lobo.

– Alianças “complicadas” –

Depois das eleições, o futuro político de Portugal deve ser “instável”, afirma o analista Antonio Costa Pinto, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.

“A viabilidade de um governo do PS ou do PSD dependerá da abstenção do outro grande partido partido, especialmente para a aprovação rápida de um orçamento de estímulo econômico”, prevê.

Tanto para a esquerda como para a direita será complicado para os partidos moderados negociar o apoio dos extremos de um Parlamento mais fragmentado, onde o partido de extrema-direita Chega, liderado por André Ventura, pode ser a terceira força com 6% dos votos.

Se Costa for reeleito, ele poderá tentar reconstruir a aliança das esquerdas, apesar do fracasso do último orçamento, provocado segundo ele pela “irresponsabilidade” de seus antigos aliados, que exigiam mais ações a favor do serviço público e da recuperação do poder aquisitivo.

E se o Rio vencer a disputa, ele terá que contar com o apoio dos liberais que esperam, como o Chega, confirmar a forte progressão prevista pelas pesquisas.

Com apenas um deputado no atual Parlamento, os liberais seriam mais fáceis de convencer para Rio que o partido Chega, um possível sócio de coalizão muito volátil e com um discurso antissistema.

 

AFP*

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