A atriz e apresentadora Rafa Kalimann é a estrela da capa digital de agosto da revista Glamour Brasil. Em entrevista, ela contou detalhes sobre sua estreia como atriz na série Rensga Hits, produzida pela Globoplay e que estreará esse mês, sonhos de criança, adolescência, feminismo, haters, relacionamentos e autoestima.
Seguem os melhores trechos da entrevista abaixo.
Glamour: Você disse que nunca esteve tão confortável na própria pele como hoje. O que precisou atravessar para isso?
Rafa Kalimann: Precisei chegar perto dos 30 anos e refletir sobre muita coisa. Não estou falando de um lugar profissional, nem familiar, mas muito pessoal e íntimo. Acho que finalmente entendi que não preciso me limitar a uma única Rafa. Posso me permitir ser quantas eu quiser. Por toda a minha vida, eu sempre busquei ser alguém que agradaria a um determinado círculo social ou público, e deixava passar muitas outras nuances que me preenchem. Não estou aqui para ser o que esperam que eu seja, mas para estar confortável com o que eu realmente sou e é essa honestidade que me dá liberdade, sensação de bem-estar e conforto com o meu corpo.
Glamour: Como era na adolescência?
Rafa Kalimann: Saí da casa dos meus pais aos 14 anos, estava no começo da formação do meu corpo. Fui para São Paulo para trabalhar como modelo e, naquele momento, precisava entrar no padrão que o mercado estabeleceu. Tenho várias lembranças de passar horas e horas sem comer, porque no dia seguinte deveria ir à agência tirar medidas. Era traumático; não poderia extrapolar um centímetro. Criei bloqueios, passeio a achar que eu nunca estou suficientemente dentro da medida. Deixava de olhar para a saúde para mirar na estética.
Glamour: Você já foi criticada por variados motivos desde o trabalho como apresentadora até em relação ao trabalho humanitário. Como recebe tais observações?
Rafa Kalimann: Já não leio tanto. Eu escolho minhas batalhas. Aos poucos, entendi que eu não precisava absorver aquilo e trazer como uma verdade para minha vida. Por muitas vezes, eu pensei: “devo ser péssima” ou “devo ser uma pessoa horrível”. Me questionei e trouxe dores para a minha vida sem precisar. Passei noites sem dormir, chorando, e deixei de fazer várias coisas por medo. Hoje não, eu faço. E se vier a crítica, deixo rolar.
Glamour: Os seus relacionamentos são alvos constantes das manchetes. Como é viver bombardeada por isso?
Rafa Kalimann: É mais uma camada que eu tirei da minha vida. Eu tinha medo, sabe? Achava que eu tinha que rotular todo relacionamento e acabei deixando de viver vários momentos que eu teria vivido conhecendo pessoas legais. Então, chegou o momento em que eu falei: “Não, eu não vou mais ser rendida”. Sou uma mulher livre, dona de mim e da minha carreira. Não quero ter que deixar de viver nada. Esperam que a mulher esteja com alguém e ficam o tempo todo procurando por isso na minha vida. Mas vão encontrar, porque eu estou vivendo. Estou conhecendo, saindo, beijando, como uma mulher solteira normalmente vive. E tenho esse direito. Ninguém pode tirá-lo de mim. Estou me entregando mesmo, sem nem pensar no amanhã. Só que o que me incomoda é que isso toma mais espaço do que eu faço. Sempre me colocam junto de um homem; um ficante, um ex. E isso é muito comum no nosso lugar enquanto mulher.
Glamour: Neste mês, você estreia como atriz. Quer focar na dramaturgia?
Rafa Kalimann: Pretendo. Fiquei superfeliz com o convite, ainda mais que retrata uma realidade que é muito minha. Sempre vivi no universo da música sertaneja. As lembranças que eu tenho da minha família em eventos especiais são sempre relacionadas à moda de viola. Aproveitei a experiência como uma oportunidade para estudar. Pedi para a direção que me deixassem ficar mais dias além do meu tempo de gravação. Foi uma pequena participação, rápida, mas muito importante para mim. Fui acolhida por todos.
Para conferir a entrevista na íntegra, acesse o site da Glamour.