Iniciou, neste sábado, 12/08, a sua agenda de educação patrimonial com roteiro pelo centro antigo da capital, para que a população possa ser parte e tenha pertencimento do território.
Foi uma visita com um contorno de mergulho na história, cultura, arqueologia e beleza de diversos imóveis tombados, mas também um olhar para o presente e o futuro, com as obras do programa “Nosso Centro”, lançado pelo prefeito David Almeida. O projeto de educação patrimonial é o “Vivendo o Nosso Centro” e a participação é gratuita.
Para o diretor do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), arquiteto e urbanista Pedro Paulo Cordeiro, o resultado da primeira visita não poderia ser melhor, com uma grande participação de inscritos e servidores públicos.
“Para sentir a dinâmica e por questão de segurança, já que também temos circulação perto de obras e monumentos, acabamos por limitar o número de pessoas. Mas um ponto interessante foi a participação de funcionários públicos, inicialmente do Implurb, até para conhecerem mais da cidade e do que estamos desenvolvendo na área de planejamento. E também a participação popular, com uma diversidade de pessoas de várias áreas e faixas de idade”, comentou.
Segundo o arquiteto, é essa a intenção do projeto, de promover a diversidade e pluralidade de pessoas para ver, conhecer e compartilhar informações. “Então, o ‘Nosso Centro’ é isso, é ‘Mais Vida’, viver o Centro, passear, conhecer, divulgar”, disse.
Na coordenação da educação patrimonial, a gerente de Patrimônio Histórico (GPH) do Implurb, arquiteta e urbanista Melissa Toledo, ficou feliz de ter uma plateia heterogênea, desde estudantes de química, edificação, engenharia e história até professores.
“E fizemos o roteiro passando pela praça Dom Pedro 2°, Museu da Cidade, rua Bernardo Ramos, pelas obras de reabilitação do Centro, um investimento da prefeitura, finalizando no Palácio Rio Branco. Falamos do ‘Nosso Centro’, mas também o mostramos, com suas questões históricas, arquitetônicas e urbanas, enquanto um circuito monumental”, afirmou.
O administrador André Maués foi um dos participantes do primeiro tour patrimonial e achou ótima a iniciativa da gestão para promover a valorização do patrimônio e cultura locais.
“A gente só valoriza aquilo que a gente conhece e foi muito boa essa iniciativa para podermos ver quais são os projetos que estão em andamento e todo o potencial que o Centro tem. A gente sonha acordado para quando essas obras estiverem prontas. E, mais do que as obras em si, toda a vida que vai ter no entorno, e não somente com mais turistas, mas principalmente com a população local aproveitando. Foi uma ótima manhã”, comentou.
Visitas
As visitas são abertas ao público, mas para grupos de 25 pessoas, com pré-inscrição. Ao final de cada visita, os participantes vão receber um certificado de atividade extracurricular complementar. A educação patrimonial conta com apoio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult).
A intervenção do “Nosso Centro” tem as primeiras obras neste momento, com duas construções emblemáticas, o mirante Lúcia Almeida e o casarão Thiago de Mello.
“O Vivendo o Nosso Centro” terá oito visitas, sempre aos sábados, para atender estudantes, profissionais e sociedade em geral, para que possam ter a visão do Centro antigo e ajudar a escrever parte da história do programa “Nosso Centro” com esta imersão e experiência por edificações, bens tombados, praças e ruas da capital.
O roteiro terá visitas nos dias 26 de agosto, 16 de setembro, 30 de setembro, 14 de outubro, 28 de outubro, 11 de novembro e 25 de novembro. As inscrições são gratuitas e os grupos de cada dia comportam 25 pessoas. Os links para inscrição serão divulgados dez dias antes de cada visita nas redes sociais do instituto.
Centro
O centro histórico é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 2012, segundo o qual “apresenta uma porção urbana formada por edificações do período áureo mescladas a edifícios modernos”. Sua área tombada “representa um dos maiores testemunhos de uma fase econômica ímpar no Brasil: o período da borracha”.
A região central de Manaus é uma memória visível da herança edificada, do patrimônio cultural e da ancestralidade amazônica, exibida em toda sua beleza, tanto estrutural quanto decorativa. E essa importante parte da história é contada por seus edifícios, muitos erguidos na Belle Époque, criando uma relação de afeto para muitos manauaras, carregada de cultura, em meio a residências e ruas de intenso comércio.