We’e’ena Tikuna apresenta coleção da primeira grife genuinamente indígena do Brasil

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Extraído da entrecasca de árvores seculares, o “Tururi” é um tecido orgânico muito utilizado na região amazônica como matéria prima para uma diversidade de produtos artesanais e até mesmo para a confecção de peças ritualísticas. Agora uma jovem estilista, indígena do povo Tikuna, apresenta ao mercado da moda, esse tecido que, há tempos, antes mesmo dos seus antepassados, já era usado como vestimenta dos Encantados.

We’e’ena assina a primeira grife de moda genuinamente indígena do Brasil. É ela mesma quem projeta e desenha as peças. Segundo a estilista, a sua grife é uma resposta à todas as formas de preconceito contra os povos originários. “Por muitos anos fomos tutelados por terceiros.  Agora chegou a nossa vez de mostrarmos a nossa capacidade”.
A marca trabalha exclusivamente com tecido de algodão cru e fibras de Tururi. Os grafismos que compõem as peças, são pintados manualmente por We’e’ena, que é artista plástica formada pelo Centro de Artes da Amazônia Dirson Costa, sediado em Manaus.

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A escolha do algodão não é por acaso. Por ser orgânico, ele está ligado com a natureza, fonte de inspiração da estilista indígena que anda lançando moda por onde passa. “Como eu moro na cidade, não posso ter o meu corpo pintado em todas as ocasiões. Sofri preconceito com as minhas pinturas corporais e as minhas roupas nativas. Vencendo o preconceito nasceu minha grife. Há 13 anos eu faço as minhas próprias roupas indígenas e hoje esse sonho se torna realidade”, revela We’e’ena.
Ela acredita que será um momento histórico para população indígena Brasileira que terá uma legítima representante desfilando sua marca na passarela online do Brasil Eco Fashion Week. É a segunda vez que o evento traz a marca da artista indígena nativa do Amazonas.    “É importante a visibilidade aos povos indígenas nos tempos atuais, pois toda arte é uma forma de resistência e com minhas peças de Moda quero dar visibilidade à cultura indígena, à mulher indígena e à beleza das criações de artistas contemporâneos que lutam pela causa dos povos originários”, defende a estilista.

Através da coleção Tururi – Nho’é, a estilista traz para a passarela a moda Tikuna, uma das maiores nações indígenas do país. “Toda a minha ancestralidade eu passo para cada peça de moda desenhada e adiciono uns charmes de contemporaneidade, porque nós indígenas também somos atuais”, ensina.
Outro destaque da produção é a trilha sonora que embala o desfile. We’e’ena presenteia o público fashion com a musicalidade indígena, os cantos sagrados, nas vozes de Djuena Tikuna e dos anciões do seu povo.

A coleção é composta por um produto autêntico do povo Tikuna. Ao todo a artista traz dez looks com a pegada étnica, característica principal de sua obra. “A nossa moda não foi descoberta pelos colonizadores. O processo de cortes e fabricação é passado através da oralidade. Os nossos grafismos indígenas sempre chamaram a atenção de historiadores, escritores e viajantes. Nós, povos indígenas, utilizamos a pintura corporal como meio de expressão ligado às diversas manifestações culturais do nosso povo. Para cada festa há uma pintura específica: luta, caça, casamento, morte. Todo nosso ritual é retratado na pintura corporal, é a expressão artística mais intensa das nossas pinturas”, explica a artista amazônica.

De acordo com We’e’ena a coleção Tururi – Nho’é representa o espírito das árvores e a moda cria uma forma de valorizar e manter viva a tradição Tikuna. “Respeitando a espiritualidade indígena, para que o mundo da moda possa conhecer a nossa moda ancestral e contemporânea”.

We’e’ena defende a sua tradição como elemento norteador de sua arte. Ela entende a pintura corporal indígena como sendo um elo de transmissão das informações, ricas em significados. É um sistema de comunicação visual, retratando a fauna, a flora, o rio, a floresta e objetos de uso cotidiano. Os grafismos Tikuna, são representados pelos animais do céu e da terra.
A estilista explica que seu povo é reconhecido pelos clãs e pelas pinturas faciais representadas por símbolos que fazem referência à animais e vegetais. Esses grafismos são reproduzidos nas vestimentas e nas máscaras ritualísticas, confeccionada com o Tururi e pintadas com sub extratos orgânicos como urucum, jenipapo e barro. “Os Grafismos indígenas ultrapassam o desejo da beleza e se trata de um código de comunicação complexo que, para nós indígenas, representa a nossa cultura e tradição. Eu crio olhando para nossa ancestralidade, mas também olhando para o nosso futuro”, diz We’e’ena Tikuna.

Convite

Nesta sexta-feira, 27, às 19h, terá um momento histórico para os povos indígenas do Brasil.
A indígena, We’e’ena Tikuna irá apresentar a sua coleção “TURURI – Nho’é – Espírito das Árvores na Passarela do BRASIL ECO FASHION WEEK 2020.
Pela primeira vez o tecido Tururi ( Nho’e) do povo TIKUNA, estará nas passarelas.
Será um momento histórico para população indígena, pois terá uma legítima representante desfilando sua Grife. “É importante a visibilidade aos povos indígenas nos tempos atuais, pois toda arte é uma forma de resistência e com minhas peças de Moda quero dar visibilidade à cultura indígena, à mulher indígena e à beleza das criações de artistas contemporâneos que lutam pela causa dos povos originários”.

 

 

 

Texto: Djuena Tikuna

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