Falta de chuva no Pantanal preocupa pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil

Alerta foi apresentado na 10ª Reunião da Sala de Crise da Bacia do Alto Paraguai, e segue tendência de 2024. Foto: © Marcelo Camargo/Agência Brasil
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A escassez de chuvas na Bacia do Rio Paraguai, no Pantanal, preocupa pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil (SGB) e foi o tema central da 10ª Reunião da Sala de Crise da Bacia do Alto Paraguai, realizada nesta quinta-feira (21).
O pesquisador e engenheiro hidrólogo do SGB Marcus Suassuna destacou que, embora os rios apresentem alguns sinais de recuperação, ela tem ocorrido aquém do esperado e o prognóstico de chuvas para o próximo trimestre não é favorável.

“Em Ladário, não se espera que o rio alcance a cota de 4,0 metros, valor característico de uma cheia no Pantanal. Além disso, pode novamente alcançar cotas negativas no segundo semestre. O Rio Miranda, no Mato Grosso do Sul, registra um dos menores volumes para fevereiro em décadas. Já o Rio Cuiabá se mantém próximo da normalidade, reflexo da influência do reservatório da UHE Manso, que regulariza os seus níveis. Em Cáceres e Barra do Bugres, houve elevação dos níveis em janeiro, chegando à cota de alerta em Barra do Bugres, mas a descida foi rápida e, em fevereiro, os volumes já estão com tendência de descida, ainda que dentro da faixa de normalidade”, analisa Suassuna.

Neste mês, o volume acumulado de chuvas na bacia foi de aproximadamente 560 mm, abaixo dos 716 mm esperados para o período. Para reverter a situação, seria necessário um aumento expressivo das precipitações, mas as projeções para o próximo trimestre não são favoráveis. A estiagem do ano passado, somada ao prognóstico desfavorável de chuvas, indica que os desafios hídricos da bacia devem persistir no ano de 2025, com potenciais impactos ambientais e socioeconômicos significativos.

Anos anteriores

Em 2024, o nível mínimo alcançado por Ladário (MS) foi a cota de -69 cm. Em Porto Murtinho (MS), a cota foi de 53 m. Em Barra do Bugres o rio também atingiu o nível mínimo histórico de 22 cm enquanto em Cáceres, o segundo nível mais baixo do histórico foi observado, 27 cm.
De acordo com o pesquisador, os reflexos da falta de chuva podem seguir a mesma tendência de anos de secas extremas, tais como 2020, 2021 e 2024. “Na navegação, o baixo nível do rio em 2024 afetou diretamente a movimentação de embarcações de maior calado, que enfrentaram dificuldades para transpor trechos críticos. No setor de saneamento, a redução dos níveis de água dificultou a captação no município de Corumbá, exigindo a instalação de bombas flutuantes para manter o abastecimento regular”, pontua.
O impacto ambiental também preocupa. “A diminuição do fluxo de água pode intensificar a degradação dos habitats aquáticos e aumentar a concentração de nutrientes, elevando o risco de ocorrência da Decoada — fenômeno que provoca alta mortandade de peixes nos rios do Pantanal”, alerta Suassuna.
O evento teve a participação de representantes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN) e do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que reforçaram a preocupação com cenário hidrológico da região.
Veja os gráficos aqui.

 

 

Serviço Geológico do Brasil

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