A procura por testes de covid-19 em unidades das redes de farmácias Santo Remédio, Flexfarma e FarmaBem, em Manaus, cresceu 205% apenas na primeira quinzena de janeiro de 2025. O dado reflete o aumento sazonal de doenças respiratórias durante o período chuvoso da região, conhecido como “inverno amazônico”.
Segundo a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), o estado registrou 455 casos de covid-19 confirmados em janeiro, uma alta de 405% em comparação a dezembro de 2024, quando foram notificados 90 casos. Nacionalmente, apenas na primeira semana epidemiológica do ano, foram registrados 16.504 novos casos, conforme o Ministério da Saúde.
Ainda em 2020, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a realização de testes rápidos de covid-19 em farmácias. A medida democratizou o acesso ao diagnóstico, desafogando unidades públicas de saúde. Nas farmácias, os testes são feitos por profissionais capacitados e fornecem resultados em poucos minutos.
Diferença entre autotestes e testes rápidos
“O teste realizado nas farmácias utiliza um swab nasal (uma espécie de cotonete) para coletar amostras e fornecer resultados em até 15 minutos. A principal vantagem desse modelo é que o processo conta com acompanhamento profissional, o que não ocorre no caso dos autotestes, que não são laudados”, explica o farmacêutico Jhonata Vasconcelos.
O profissional também destaca que, apesar da alta procura por testes, não houve um aumento significativo na compra de itens preventivos, como máscaras e álcool em gel. “Isso demonstra que muitas pessoas estão mais preocupadas em saber se contraíram a covid-19 do que em evitá-la, o que é um alerta importante para reforçarmos as medidas de prevenção”, pondera.
A importância da prevenção
Especialistas reforçam que o uso de máscaras, a higienização frequente das mãos com água e sabão ou álcool em gel, além do distanciamento social, ainda são práticas cruciais para a prevenção da Covid, especialmente em períodos de alta transmissão. Além disso, a vacinação continua sendo a principal ferramenta para evitar casos graves da doença. Dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) destacam que a vacinação pode reduzir significativamente a hospitalização e a mortalidade por covid-19.
Em 2024, foram aplicadas 5,6 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 em todo o país, abrangendo primeiras, segundas, doses únicas e doses de reforço. No Amazonas, o total de aplicações chegou a 287 mil no ano passado. Desse montante, 107 mil correspondem à primeira dose, enquanto a segunda soma apenas 62 mil aplicações, e a terceira, 37 mil.
Os números reforçam a importância de dar continuidade ao esquema vacinal para aumentar as chances de prevenção contra a doença. “A covid-19 permanece um problema grave, com potencial para causar complicações e deixar sequelas, especialmente em indivíduos não vacinados ou com esquema vacinal incompleto”, alerta Jhonata Vasconcelos.
Ele lembra que a estação chuvosa no Amazonas é marcada por um aumento expressivo de síndromes respiratórias. Nesse contexto, a imunização contra doenças como a influenza também desempenha um papel crucial para evitar complicações de saúde. A vacina contra a gripe já está disponível tanto na rede pública quanto privada.
Atenção redobrada
A alta nos casos de covid-19 no Amazonas e a crescente procura por testes reforçam a necessidade de manter medidas de proteção, buscar diagnóstico precoce e aderir às campanhas de vacinação. “Mais do que tratar, precisamos evitar. É essencial que a população se conscientize da importância de combinar prevenção e diagnóstico para garantir sua saúde e a de seus familiares”, reforça o farmacêutico.
