Maio Laranja alerta para violência sexual contra crianças na internet

Abusadores se valem de vários artifícios para se aproximar de vítimas. Foto: © Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
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A internet e as redes sociais revolucionaram as formas como nos comunicamos. Mas, ao mesmo tempo em que avançamos, inclusive na busca por informação e interação, imergimos em um ambiente nem sempre seguro. Principalmente para crianças, adolescentes e pessoas vulneráveis. Entre os perigos que o mundo virtual esconde estão criminosos que têm como alvo grupos indefesos. E esse é um dos temas da Campanha Maio Laranja, de combate ao abuso e à exploração sexual.

Abusadores sexuais se valem de artifícios para se aproximar de suas possíveis vítimas, inclusive com o uso de emojis, as figurinhas comuns, que enviamos e recebemos normalmente nas comunicações virtuais. As imagens, que expressam emoções, ideias e símbolos na linguagem digital, acabam ganhando novos significados. Estratégia que dificulta a identificação do assédio.

 

Alguns exemplos de emojis que, dependendo do contexto, são ressignificados é a uva, cuja grafia se aproxima da palavra estupro em inglês. A berinjela e o pêssego, assim como a figura de um gato, ganham nas mensagens dos criminosos, sinônimo de órgãos sexuais. Todos esses são códigos usados em conversas para mascarar as intenções perigosas.

 

Por isso, especialistas recomendam atenção máxima às questões de segurança e interações desses menores no ambiente virtual. No início, a aproximação com as potenciais vítimas é amistosa, com o aumento do nível de intimidade, entra numa escala gradativa de ameaça, que pode terminar em uma situação de estupro virtual, como analisa a titular do Núcleo de Observação e Análise Digital, de São Paulo, a delegada Lisandrea Zonzini Colabuono.

 

“Quando ela manda o primeiro nude, passa a chantageá-la, pedir mais nudes. Por ela não cumprir tais ordens dele, ele ameaça, mandam foto de pai, foto de mãe, foto do colégio, e elas temendo que isso aconteça, elas passam a ser vítimas disso por virtual, que é uma arena no Discord. Eu posso falar assim para as pessoas entenderem, é uma live na qual ela fica nua, introduz objetos, até pérfuro-cortantes dentro de órgãos genitais, pratica auto lesões.”

 

Diante de um cenário inseguro, a especialista em Inteligência Sexual para Crianças, Kennya Gralha, autora do livro “Meu Corpo Ninguém Toca! Eu Grito! Eu Corro! Eu Conto!”, destaca a importância de construir uma base de confiança junto às crianças e jovens, para que não se calem nem se deixem oprimir.

 

“Tem crianças que elas chegam para contar algo e aí a pessoa que está recebendo, o adulto que está recebendo, o que que eles fazem? Nossa, mas será que aconteceu mesmo? Ah, você tem certeza? Gente, uma simples resposta como essa faz a criança se fechar e elas não contam mais nada, absolutamente nada durante a vida toda.”

 

No caso das pessoas com autismo as medidas de prevenção e amparo são ainda mais urgentes, como esclarece Kennya Gralha.

 

“Repetição, vínculo e escuta são as três palavras-chave da prevenção. Eles precisam contar. Nunca, nunca, nunca será um problema. Muito pelo contrário. Contar é o que salva. E com crianças com autismo vale usar linguagem visual, cartazes, músicas e muitas repetições, porque segurança também se aprende com rotina.”

 

Diante de tantos desafios, está em tramitação, na Câmara dos Deputados, um projeto de lei, que inclui no Código Penal o crime de estupro virtual de vulnerável. Segundo a proposta, uma pessoa pode ser condenada, mesmo que não tenha ocorrido contato físico com a vítima. Diz o texto, ainda, que a prática do ato libidinoso é suficiente para caracterizar o crime, ainda que por meio virtual.

 

 

Agência Brasil

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