Operação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) expôs o comércio ilegal de pescado na Amazônia, especialmente relacionado à captura e venda de piracatinga (Calophysus macropterus).
Denominada Operação Mota, a ação foi realizada no último 14 de outubro, em Manacapuru (AM), no rio Solimões, com a colaboração da Polícia Federal (PF) e da Força Nacional (FN), para coibir a pesca de bagres, que ameaça a biodiversidade e expõe consumidores a riscos à saúde.
No total, 1,98 toneladas de pescado e 648 kg de filés de piracatinga foram apreendidos. Os responsáveis pela carga irregular foram autuados e multados. Durante a Operação, constatou-se, também, a falta de condições sanitárias dos locais de armazenamento de peixes nas embarcações clandestinas, o que pode trazer prejuízos à saúde dos consumidores desse pescado.
Pesca ilegal e consumidor enganado
Os filés de piracatinga são vendidos para o mercado interno disfarçados como outras espécies de bagres amazônicos, sob o nome genérico de filé de douradinha. Sendo assim, os consumidores sequer sabem que estão consumindo uma espécie cuja captura é proibida, com altos teores de mercúrio e armazenada em condições insalubres.
Outro foco importante foi a verificação de denúncias de comércio ilegal de carne de peixes-boi, abatidos durante a seca extrema na região de Coari.
A caça de peixe-boi é proibida desde 1967, pela lei de Proteção à Fauna. Mesmo assim, devido ao baixo nível dos rios, esse mamífero das águas virou alvo fácil de pescadores. Sua carne estaria sendo processada clandestinamente e comercializada em flutuantes e em pequenas embarcações que operam como mercados informais na beira dos rios amazônicos.