O Brasil tem ganhado espaço em grandes festivais, evidenciando a riqueza e a originalidade das narrativas e provocando grandes reflexões a partir de seu audiovisual.
Em meio a esse cenário, a produção O Último Azul, de Gabriel Mascaro – já reconhecido por obras como Boi Neon e Divino Amor – foi premiado com o Urso de Prata, considerado a segunda mais importante premiação da 75ª edição do Festival Internacional de Cinema de Berlim.
Além desta conquista, o longa-metragem recebeu o Prêmio do Júri Ecumênico e o reconhecimento dos leitores do jornal Berliner Morgenpost, consolidando seu status como uma obra que transita com maestria entre uma estética inovadora e temas universais.
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, ressaltou a importância desse reconhecimento. “Esta conquista é uma prova de que o cinema nacional possui uma identidade forte e inovadora, capaz de dialogar com públicos de todos os cantos do mundo. É inspirador ver nossas histórias ganhando visibilidade e abrindo portas para novas narrativas,” disse.
A premiação para O Último Azul, depois do Globo de Ouro de Fernando Torres em janeiro, pela interpretação de Eunice Paiva em Ainda Estamos Aqui, acentua o grande momento do cinema brasileiro.
Daqui a uma semana (2/3), o filme de Walter Salles o filme que durante várias semanas liderou as bilheterias no Brasil e nos Estados Unidos estará na disputa dos Oscar de melhor filme, melhor filme de língua estrangeira e, novamente, melhor atriz.
O longa dirigido por Gabriel Mascaro é uma coprodução entre Brasil, México, Chile e Holanda. O elenco conta com nomes como Denise Weinberg, Rodrigo Santoro, Miriam Socarrás, Adanilo, Rosa Malagueta, Clarissa Pinheiro e Dimas Mendonça.
Já o Urso de Ouro, prêmio principal do 75º Festival de Berlim, foi para o drama norueguês Dreams (Sex Love), do diretor Dag Johan Haugerud. A trama fala sobre o despertar sexual de uma jovem mulher. O filme, estrelado por Ella Overbye é a última parte da trilogia de Haugerud explorando intimidades emocionais e físicas.
Filme O Último Azul
A trama se desenrola em uma versão quase distópica da Amazônia, onde o governo impõe medidas drásticas, como o deslocamento de idosos para colônias específicas, sob o pretexto de oferecer uma “vida melhor”. Em meio a esse cenário, Tereza, interpretada por Denise Weinberg, embarca em uma jornada singular para realizar seu último desejo, simbolizando a força do espírito humano e a capacidade de resistir às adversidades mesmo em meio a um ambiente hostil.
Ao receber o prêmio, Gabriel Mascaro agradeceu a todos que tornaram O Último Azul possível, destacando a colaboração de uma equipe dedicada e a importância das parcerias criativas que levaram à realização do filme.
“Estou muito feliz por estar aqui e honrado em receber esse prêmio. Muitos filmes que me inspiraram como cineasta estrearam aqui. Quero expressar minha mais profunda gratidão ao júri por confiar este prêmio ao meu filme. Ele existe graças à dedicação de muitas pessoas que trabalharam duro para transformar este sonho em realidade. O Último Azul fala sobre o direito de sonhar e a crença de que nunca é tarde para encontrar um novo significado na vida”, ressaltou.