1.000 DIAS – Com reabilitação e obras em curso, Prefeitura de Manaus impulsiona para ocupação do centro histórico

O programa "Nosso Centro", busca meios de promover reformas e recuperação de imóveis abandonados ou sem uso. Foto: Reprodução
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Manifestações culturais e ancestrais, e a energia que emana da floresta, fazem da Amazônia um lugar singular, único e apaixonante. E essa paixão tem repertórios que vão desde a valorização urbanística da cidade que viveu a Belle Époque, patrimonial e histórica, até sabores, texturas e aromas da gastronomia amazônica.

E é na reabilitação do centro histórico que a Prefeitura de Manaus, nos últimos 1.000 dias de gestão do prefeito David Almeida, busca promover encontros de sabores e saberes, como no programa “Nosso Centro”, com três obras já em construção no início da avenida 7 de Setembro, Centro, zona Sul.

O projeto arquitetônico é do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), com aprovação do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) Amazonas (processo nº 01490.000103/2022-81).

Central

A região central de Manaus é importante parte da história contada por seus edifícios, muitos erguidos na Belle Époque, em meio a residências e ruas de intenso comércio. Além da beleza arquitetônica, tem a beleza de viver, trabalhar, cozinhar e ocupar esses casarões e prédios, mantendo a história ou escrevendo novos capítulos.

Apostando na reabilitação do centro histórico para devolver vida e ebulição ao local, que tem farta infraestrutura e oferta de transporte e serviços, a prefeitura está construindo o mirante Lúcia Almeida, o casarão Thiago de Mello e o largo de São Vicente, para dar ocupação ao território que hoje abriga um comércio ainda em frisson, que movimenta quase 100 mil postos de trabalho, principalmente no horário comercial.

“Para nós, trabalhar no Centro, é dar vida à história e não deixar a história morrer. É cuidar do patrimônio histórico, cozinhando dentro desses casarões, povoando, mantendo vivo, com ocupação, com o viver, consumindo esses espaços e essas histórias”, afirma a chef paulista Débora Shornik, do restaurante Caxiri, apaixonada pela Amazônia e que trabalha com o alimento como uma manifestação cultural e ancestral.

Ela vê como essencial que Manaus tenha essa identidade de reabilitação, para quem mora na cidade e para quem a visita, como acontece em outros países e locais do Brasil. “Vejo como um movimento e ações de muita importância, de ter essa identidade, que mescla indígenas e não indígenas, que é meu objetivo maior e sonho, o que faço no Caxiri. É uma forma de apropriação da cidade, dando espaço para todos, e fortalecer as iniciativas já existentes”, completa a chef, lembrando de espaços gastronômicos no Centro, como o restaurante Biatüwi, primeira casa de comida indígena do Brasil.

E o Biatüwi fica na mesma rua, a Bernardo Ramos, onde está sendo construído o largo de São Vicente e onde passa por revitalização e conservação o casarão Thiago de Mello. Ali, a comida é feita por indígenas, de acordo com suas tradições, para nutrir corpo e alma, em casario roxo e branco e seus janelões adornados por azulejos.

O prefeito de Manaus, David Almeida, destacou que essas obras são o resgate do centro histórico da cidade de Manaus, com a volta da população para o Centro. “Muito em breve, teremos um lugar maravilhoso, aprazível, com gastronomia, com turismo, entretenimento. Teremos o maior e o melhor ponto de vista do pôr do sol, contemplando a ponte. E vai fazer com que nós possamos resgatar a tradição do centro da cidade de Manaus. Isso faz parte do projeto ‘Nosso Centro'”.

Um sonho realizado

Para a chef do Caxiri, o Biatüwi é um grande orgulho, um sonho colocado em prática com o coletivo do restaurante, a partir da união de forças. Débora veio ao Amazonas pela primeira vez em 2012 e fincou os pés na região no ano seguinte, após se apaixonar pelo rio Negro e pela energia relacionada à floresta e à forma de vida simples.

Para o arquiteto, urbanista e engenheiro mecânico Fábio Peso, 47 anos, as obras no Centro vão agregar bastante para a cidade e tirar o território do ostracismo que se encontra, além de dar ao espaço mudanças, melhorias e diversidade de usos.

“Os ganhos serão diversos e as decisões foram bem acertadas no sentido de dar vida àquela área. Teremos a volta da população a esses locais que vão movimentar a economia local. Fiquei muito satisfeito com o que vi e com toda a explicação técnica e sociocultural da equipe do Implurb. É preciso conhecer isso que está acontecendo. A municipalidade está de parabéns pelas iniciativas de preservar a história da cidade”, comenta o profissional.

“Nosso Centro”

Além das obras, a prefeitura lançou, este ano, o projeto de educação patrimonial, o “Vivendo o Nosso Centro”, um tour cultural, patrimonial e educativo realizado na região e com passagem pelos canteiros de obras, do qual Fábio Peso participou.

“Como sou da área da arquitetura, a visita veio rechear meu próprio vocabulário histórico no sentido de reviver o Centro, trazendo informações importantes da ancestralidade, historicidade, da cidade em si. Temos uma capital-Estado e os novos projetos que estão sendo desenvolvidos apontam para muitos ganhos para Manaus e a população”, afirma.

O programa busca meios de promover reformas e recuperação de imóveis abandonados ou sem uso, criando novas áreas de qualidade, como as que já estão em obras com o mirante Lúcia Almeida, largo de São Vicente e casarão Thiago de Mello.

Com uma série de 37 intervenções desenhadas para quatro etapas, o programa é desenvolvido pelo Implurb, tendo três eixos focais: “Mais Vida”, “Mais Negócios” e “Mais História”.

Nos eixos estão uma série de ações para melhoria da governança, incentivos fiscais, inovação, habitação de interesse social e investimentos públicos, envolvendo ainda a promoção de eventos culturais, reformas e a ampliação da segurança.

A grande área de intervenção se localiza em área de tombamento federal, na vizinhança de outros edifícios históricos, como o Centro Cultural Óscar Ramos, Museu da Cidade de Manaus, praça Dom Pedro II, Casarão da Inovação Cassina, Palácio Rio Branco, dentre outros.

Tradições e saberes da cultura

Além de ajudar a sequenciar a história, o patrimônio histórico está repleto de informações sobre tradições e saberes da cultura de um povo.

“Quando o prefeito David Almeida montou seu plano de governo, ele deu destaque ao Centro e teve início o ‘Nosso Centro’, com seus eixos. E estamos com parte dele em desenvolvimento, com as obras, oferecendo novas instalações, atração para o turismo, operações de gastronomia, lazer e cultura naquele ponto. Outro eixo é o de desenvolver programas habitacionais e contamos com a Secretaria Municipal de Habitação e Regularização Fundiária (Semhaf); e um terceiro tem foco na melhoria do potencial construtivo para a área”, explicou o diretor-presidente do Implurb, engenheiro Carlos Valente.

Os três eixos envolvem criação de incentivos fiscais, tratamentos diferenciados e toda uma vida à região, com operações de gastronomia, turismo, cultura, contemplação e de habitação de interesse social. “E tudo isto já está dentro do ‘Nosso Centro’. O prefeito David Almeida não mediu esforços com as obras e está com uma série de propostas apresentadas ao governo federal, para que possamos avançar ainda mais na reabilitação do centro de Manaus”, disse Valente.

Um grande diferencial do programa de Manaus é ter a conexão com a paisagem natural, que é o rio, e a outra com o patrimônio histórico. Em suas diretrizes está proporcionar a reocupação da área central, um bairro dotado de uma das melhores infraestruturas urbanas da capital. Em todas as intervenções realizadas em centros históricos, no Brasil e em outros países, se verifica que inicialmente há um investimento do poder público, fazendo o resgate das áreas, e posteriormente a iniciativa privada dá continuidade.

E a previsão é ter outras intervenções agregadas, como a reforma da praça XV de Novembro, o Museu do Porto e projetos habitacionais.

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