O 1º Seminário Municipal de Cultura realizado pela Prefeitura de Manaus, por meio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), por intermédio do Conselho Municipal de Cultura (Concultura), encerrou nesta sexta-feira (28/04), com debates entre estudiosos, gestores e artistas dos setores público e privado, além do diálogo entre os entes federados municipal, estadual e federal.
O último dia do evento contou com a participação do diretor-presidente da Manauscult, Osvaldo Cardoso; do presidente do Concultura, Tenório Telles; do secretário de Cultura do Estado, Marcos Apolo; da secretária do Ministério da Cultura (Minc), Roberta Martins, e comitiva. O público esgotou as 200 vagas disponibilizadas no seminário, composta por grupos dos oito segmentos artísticos: música, teatro, circo, cultura popular, cultura étnica, audiovisual, artes visuais e dança.
Osvaldo Cardoso comentou que o seminário é uma virada de chave para este novo momento do setor cultural em Manaus que passa a contar com o apoio do Ministério da Cultura.
“Foram dois dias intensos, onde acolhemos com respeito todas as demandas. A partir de agora, caminharemos juntos, buscando movimentar e fomentar ainda mais o setor cultural, gerando mais postos de trabalho para os trabalhadores da cultura. E, para isso, trago aqui a ordem de execução de pagamento despachada pelo prefeito David Almeida, referente ao Edital Thiago de Mello. Tenho certeza que esses R$ 2 milhões vai movimentar toda economia criativa de Manaus”, destacou o diretor-presidente da Manauscult.
O balanço feito pelo presidente do Concultura é que o primeiro Seminário Municipal de Cultura teve um papel fundamental nesse processo de retomada do debate cultural da cidade, após esses anos de pandemia, como o primeiro momento em que os artistas se reúnem para discutir a política pública, a gestão cultural e as perspectivas para a cultura no município de Manaus.
“É um ganho político, e sobretudo um ganho para a gestão pública municipal, porque na gestão do prefeito David Almeida está acontecendo esse processo de mudanças com a Lei de Incentivo, Plano Municipal de Cultura e agora esse primeiro Seminário Municipal de Cultura”, afirmou.
Tenório Telles destacou também o ganho artístico muito grande com memoráveis palestras e o diálogo entre os gestores nacionais que vieram na comitiva do Minc, que trouxeram boas notícias, com uma boa perspectiva de interlocução com o Estado, com o município e a União.
O eixo do encerramento da programação, “Cidadania e Direitos Culturais”, contemplou pela manhã a palestra ministrada pelo sociólogo Renan Freitas Pinto; seguido de uma mesa-redonda, tendo como debatedores a advogada Nathayni Castro Becil, especialista em Direito Público, José de Arimatéa Passos Lopes, diretor-financeiro da LIGFM, com a mediação de Ricardo Moldes, conselheiro e representante do segmento da Dança do Concultura.
Durante a tarde, foi a vez da gestora cultural, Galiana Brasil, do Núcleo de Artes Cênicas, Literatura e Música do Itaú Cultural, que proferiu a palestra “Cultura e Desenvolvimento”, e participou da mesa-redonda juntamente com a cantora e produtora cultural Elisa Maia, Taciano Araripe Soares, artista da cena, produtor cultural e professor universitário e administrador, e o gestor Luan Menezes, analista técnico do Sebrae-AM, com mediação do ator e diretor Francis Madson, conselheiro representante do segmento do teatro.
O cacique Kokama Francisco Maricaua trouxe sete membros do Clã de sua família, e ressaltou a importância do seminário para os povos indígenas. “Somos uma das mais representativas forças da cultura local e amazônica, e este seminário faz parte de um novo momento em que nós indígenas estamos tendo um diálogo e apoio do poder público municipal, e realizando vários projetos e ações”, analisou o cacique.
O escritor e poeta, Elson Farias, fez uma participação especial por sua atuação na produção literária do Amazonas, e membro histórico do Clube da Madrugada, além de gestor da antiga Fundação Estadual de Cultura.
“Quando a gente começou a Fundação, realizamos um seminário de revisão crítica da cultura do Amazonas, e a primeira política e a primeira ação do Conselho de Cultura do Estado, analisando as obras propostas sem nenhuma coloração política”, disse Farias, enfatizando que Manaus é um milagre civilizatório no meio da floresta amazônica.