Cada vez mais, leitores do mundo todo vêm compreendendo a importância de valorizar a produção literária de escritoras, das clássicas às contemporâneas.
Esse movimento tem modificado o cenário do mercado editorial, possibilitando espaço para novas autoras e resgatado publicações de décadas atrás.
De acordo com pesquisa da UnB, coordenada pela professora de literatura brasileira Regina Dalcastagnè, de 165 autores que publicaram romances, entre 1990 e 2004, somente 45 foram mulheres, que também são minoria entre as personagens.
Neste 8 de março, Dia Internacional das Mulheres, a editora Ática reforça a importância de incentivar a diversidade de gênero na literatura.
1. Dona Lola
Este romance dá continuidade à história de Dona Lola, narradora da renomada obra Éramos seis. Com relatos marcantes e comoventes sobre a velhice da personagem, o romance aborda temas que permanecem atuais, como literatura, violência doméstica, relações familiares, comportamentos das diferentes classes sociais, envelhecimento e conflito de gerações. Além disso, assim como em Éramos seis, a obra une cotidiano e História, trazendo um relato bastante peculiar sobre a Segunda Guerra Mundial. Com isso, o leitor se depara com uma viagem literária rumo a meados do século XX, ao mesmo tempo em que se vê ainda mais próximo da família Lemos.
Autora: Maria José Dupré
Gênero: Romance
Segmento: Literatura juvenil
2. Quarto de despejo: Teatro – Baseado no Diário de Carolina Maria de Jesus
Este livro é uma possibilidade de estudar sobre o Brasil a partir da perspectiva de uma mulher negra, catadora de papel, que viveu na favela do Canindé, em São Paulo. Mais que um retrato real da pobreza, desigualdade de gênero e raça, este drama teatral adaptado por Edy Lima remonta o olhar sensível de uma escritora que, mesmo em meio a tantas mazelas, jamais perdeu a poesia. Carolina de Jesus conheceu Edy Lima em 1960, e em 1961 compareceu a vários ensaios, conheceu tanto Amir Haddad, que dirigiu a montagem e dá seu testemunho no prefácio deste livro, quanto os atores e atrizes que encenaram seu best-seller, entre elas Ruth de Souza, que magistralmente fez o papel de Carolina na primeira montagem da peça. Considerada fundamental para a abertura de caminhos a intérpretes negros nas artes cênicas, na televisão e no cinema, Ruth chegou a visitar a favela do Canindé para compor sua personagem, acompanhada de Carolina e Audálio Dantas, o jornalista responsável pela publicação do diário. A obra apresenta, também, ilustração de capa feita pelo artista No Martins, com base na foto em que Carolina prepara Ruth para interpretá-la no teatro.
Autora: Edy Lima
Gênero: Texto teatral
Segmento: Literatura juvenil
3. Meu nome é Parvana – Outras histórias de uma garota afegã
Este é o terceiro e último título da trilogia da menina Parvana, que traz a comovente história de uma garota afegã que, com apenas 11 anos, tem de lidar com a morte do pai e as restrições impostas às mulheres pelo regime Talibã. Neste livro, Parvana recomeça a vida com a mãe e com os irmãos em um campo de refugiados, onde decidem construir uma escola só para moças. Porém, precisam enfrentar o preconceito dos aldeões que não aceitam que mulheres estudem. Em meio às dificuldades, a garota busca na leitura de romances e de livros de poesia uma fuga. Escrito pela premiada autora e ativista Deborah Ellis, a história aborda a pluralidade cultural e reúne trechos importantes para se discutir temas como migração, imigração e guerra no atual mundo globalizado.
Autora: Deborah Ellis
Gênero: Novela
Segmento: Literatura juvenil
4. Venha ver o pôr do sol e outros contos
Esta é uma seleção de alguns dos melhores contos da Lygia Fagundes Telles que figurou por décadas entre as principais escritoras brasileiras. Com estilo ácido, por vezes fantástico, a obra é repleta de mistério, desilusões e magia. Logo, trata-se de uma antologia bem representativa da obra da autora. Os contos são marcados por fatos fantásticos ou dramáticos, que revelam faces de uma existência voltada para o mágico e para a dor, captando a vida além das aparências do dia a dia.
Autora: Lygia Fagundes Telles
Gênero: Conto de mistério
Segmento: Literatura juvenil
5. Rastros e riscos: minhas memórias de leitores
Este é um livro de memórias autobiográficas de Ana Maria Machado, publicado às vésperas da comemoração de 80 anos de vida da autora. Trata-se de uma reunião de relatos, feita durante a pandemia em meio a angústias do isolamento social, sobre lembranças dos encontros da escritora com os leitores ao longo de sua carreira. Nas palavras de Ana Maria: “Rastros de uma jornada que me trouxe até aqui. Uma boa jornada, apesar dos riscos”.
Autora: Ana Maria Machado
Gênero: Biografia
Segmento: Literatura juvenil