Manaus será a primeira capital do país a realizar exame preventivo em meio líquido

No ano passado, mais de 115 mil coletas de exame preventivo foram realizadas nas UBSs. Fotos - Divulgação / Semsa
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Prefeitura de Manaus será pioneira na implantação da coleta de preventivo em meio líquido, método superior à coleta convencional no rastreio de casos de câncer do colo do útero.

A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) já iniciou a capacitação das equipes das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e dos citologistas do Laboratório de Especialidades Professor Sebastião Ferreira Marinho, para que o serviço seja disponibilizado a partir da segunda quinzena de maio.

O feito inédito na rede municipal de saúde também é pioneiro entre as capitais do País. De acordo com a secretária municipal de Saúde, Shádia Fraxe, os insumos para a coleta do preventivo e o equipamento para análise em meio líquido serão custeados com recursos próprios.

“Esse avanço é resultado dos esforços da secretaria, sob determinação do prefeito David Almeida, para combater o câncer do colo do útero em Manaus. A realização do preventivo proporciona diagnóstico precoce da doença, quando as chances de cura são altíssimas, e por isso todas as nossas unidades de saúde ofertam o serviço, prioritariamente para as mulheres na faixa etária de 25 a 64 anos”, destaca Shádia.

A gerente de Apoio Diagnóstico da Semsa, Ana Paula Neves, explica que a coleta em meio líquido possui vantagens significativas no serviço de saúde, que incluem melhor método de preparação da lâmina, tornando a interpretação mais fácil, aumento da sensibilidade e especificidade, e maior eficiência no manejo das amostras. “Tudo isso irá implicar diretamente na rapidez das análises e na liberação dos laudos”, informa.

Ana Paula ressalta que as unidades que irão iniciar a oferta do preventivo em meio líquido, inicialmente, serão aquelas com maior demanda. A partir da implementação, prevista para a segunda quinzena de maio, o serviço será ampliado de forma gradativa para as demais unidades básicas do município.

“Estamos tentando adquirir essa nova tecnologia há algum tempo, e no final do ano passado realizamos a licitação do serviço, com contrato iniciado no dia 17 de abril deste ano, quando começou o processo de instalação do equipamento e treinamento das equipes. Para nós, essa medida é realmente um ganho fenomenal, pois seremos a primeira capital do Brasil a implantar o serviço, o que irá trazer muito benefício para a população”, observa.

O treinamento para as equipes de enfermagem que fazem a coleta de preventivo nas UBSs foi promovido nesta quinta e sexta-feira, 27 e 28/04. Os profissionais citologistas do Laboratório de Especialidades Professor Sebastião Ferreira Marinho já receberam uma capacitação inicial, e irão fazer uma nova atualização entre os dias 10 e 11 de maio, já utilizando o equipamento instalado no local.

“Os 30 profissionais que atuam na leitura das lâminas são especialistas em citologia clínica, e atendem todas as unidades de saúde da prefeitura, além de fazer o controle de qualidade de algumas unidades do estado. Todos estão envolvidos diretamente neste movimento para fortalecer o cuidado com a saúde das mulheres da nossa cidade”, acrescenta Ana Paula.

Câncer do colo do útero

A enfermeira Lúcia Freitas, chefe da Divisão de Atenção à Saúde da Mulher, explica que o câncer do colo do útero é causado pela infecção persistente por alguns tipos do papilomavírus humano (HPV), chamados de tipos oncogênicos. Em Manaus, conforme o Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), houve 190 óbitos por câncer de colo do útero em 2022, e nos quatro primeiros meses deste ano, 33 mortes.

“Apesar desse tipo de câncer ser um problema de saúde pública de alta magnitude, sendo o segundo mais incidente na Região Norte, ele é passível de erradicação. A estratégia global proposta pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é ampliar a vacinação contra o HPV e o rastreamento e tratamento das lesões precursoras”, diz.

No ano passado, mais de 115 mil coletas de exame preventivo foram realizadas nas UBSs, conforme dados parciais da Semsa, sendo que 99 mil eram de mulheres da faixa etária de risco. Se o exame detectar alguma lesão precursora, as usuárias são encaminhadas para realizar a biópsia e seguir com o acompanhamento nos serviços especializados na rede.

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