Profissionais de saúde participaram de uma roda de conversa sobre violência obstétrica com alunos da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), na sexta-feira (18/08) no auditório Dr. Zerbini, no Centro, zona Sul.
A atividade foi realizada pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), em parceria com a Ufam, tendo como mote o Dia da Gestante, comemorado no dia 15 de agosto, e a campanha Agosto Lilás, de combate à violência contra a mulher.
Conforme a chefe da Divisão de Atenção à Saúde da Mulher da Semsa, Lúcia Freitas, a violência obstétrica consiste no abuso físico, verbal ou sexual cometido durante o atendimento da mulher no período que vai do pré-natal ao puerpério. A temática foi escolhida para o bate-papo com os universitários por conta da campanha anual que evidencia as formas de violência que atingem a população feminina.
“Nosso foco no Agosto Lilás é a violência obstétrica, e o objetivo é já sensibilizar os futuros profissionais, que estão estudando no momento e que em breve estarão atendendo nossas grávidas na maternidade, para que eles conheçam essa realidade”, apontou Lúcia, informando que a atividade também teve a participação de gestantes assistidas no pré-natal em unidades do Distrito de Saúde Sul da Semsa.
Uma das facilitadoras do encontro, a técnica da Divisão de Atenção à Saúde da Mulher, Gerda Coelho, explicou que a proposta da atividade foi a de possibilitar uma troca efetiva de informações e ideias entre os profissionais de saúde, universitários e gestantes participantes.
“Mais do que uma roda de conversa, é uma roda de escuta. Buscamos também saber o que eles conhecem sobre o tema, o que as gestantes conhecem sobre o tema. Queremos ouvir as dúvidas que eles têm sobre a temática e esperamos elucidar todas elas”, afirmou.
Com quase sete meses de gravidez, a assistente social Anne Caroline Araújo foi uma das gestantes acompanhadas na rede municipal de saúde que participaram do encontro. Ela pontuou a importância das mulheres em gestação conhecerem melhor sobre a violência obstétrica e suas formas.
“Muitas vezes ela passa despercebida, muitas mulheres não entendem que estão sendo violentadas, sofrendo violência psicológica durante a gestação. Daí a importância de toda mulher que esteja vivendo esse momento conhecer melhor sobre essa temática”, assinala.
Gerda salienta que o diálogo com profissionais que já atuam na área da saúde é importante para que os universitários conheçam melhor as práticas do segmento e as condutas preconizadas pelos órgãos de saúde. O objetivo maior, conforme a técnica, é reduzir os índices de violência obstétrica no Sistema Único de Saúde (SUS) em Manaus.
“É um objetivo bem ousado, mas eu acho que, se cada um fizer uma ação semelhante, aos poucos a gente vai conseguindo minimizar esse problema”, conclui.