O programa científico AmazonFACE finalizou neste mês a montagem de 32 torres de alumínio que deram forma aos dois primeiros anéis do experimento no meio da floresta. A infraestrutura será utilizada para a realização dos testes iniciais do experimento que vai avaliar como a maior floresta tropical do mundo responderá à elevação de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. Os guindastes fixos e os tanques que armazenarão o CO2 líquido também estão prontos.
A finalização dessa infraestrutura é um passo importante no avanço do programa científico instituído em 2015 pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
“A construção dos dois primeiros anéis nos ensinou a adaptar o projeto de engenharia à nossa floresta para, com o mínimo de distúrbio, inserir as torres cuidadosamente entre as árvores”, relata o coordenador científico do AmazonFACE e pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Carlos Alberto Quesada.
De acordo com os pesquisadores, a operação desses anéis também permitirá testar e fazer eventuais ajustes para a utilização pioneira da tecnologia FACE (Free Air Carbon Dioxide Enrichment, ou enriquecimento de gás carbônico ao ar livre, em português) em uma floresta tropical. Até então, a tecnologia foi empregada em florestas temperadas.
“Árvores tão altas e de copas muito fechadas exigirão ajustes e adaptações no método para conseguirmos manter a concentração mais elevada de CO2 na copa das árvores”, explica Quesada sobre as possíveis adaptações ao bioma.
Agora, os trabalhos se concentrarão na instalação das redes elétrica, de dados de fibra óptica e de distribuição de CO2, incluindo os sistemas de controle do experimento. A operação dos primeiros anéis permitirá iniciar os estudos piloto sobre o impacto do aumento do CO2 atmosférico sobre a floresta, testar metodologias e protocolos de pesquisa. A expectativa dos pesquisadores é que os testes sejam iniciados em outubro e se estendam até o fim do ano.
Assista ao vídeo sobre o AmazonFACE neste link