Uma advogada acusou um promotor de justiça de tê-la chamado de “cadela” durante uma sessão do Tribunal do Júri em Manaus. O incidente ocorreu na terça-feira (12/09).
Em um vídeo do incidente divulgado nas redes sociais, o promotor de justiça, identificado como Walber Nascimento, se defende diante do tribunal, alegando que não estava ofendendo a advogada, identificada como Catharina Estrella, mas estava fazendo uma comparação de lealdade. Ele afirmou que, no quesito de lealdade, não poderia compará-la a uma cadela, porque os cachorros são mais leais.
“Comparar vossa excelência a uma cadela é, de fato, ofensivo, mas não à vossa excelência e sim à cadela”, disse o promotor.
Nascimento também argumentou que a advogada entendeu mal o contexto de suas palavras e que ele tentou explicar isso, mas suas palavras foram deturpadas.
No vídeo, a advogada pede a intervenção do juiz para repreender o promotor, e ao fundo, o juiz parece dizer algo, mas não é possível ouvir claramente na gravação.
Nas redes sociais, o promotor se defendeu e afirmou que não vai se curvar a tentativas de denegrir sua conduta profissional, tomando medidas judiciais cabíveis contra aqueles que criaram essa narrativa.
A Associação Amazonense do Ministério Público (AAMP), que representa o Ministério Público, expressou seu total apoio ao promotor de justiça, destacando sua atuação firme na defesa dos direitos das vítimas de crimes em razão de gênero e o defendendo contra as distorções criadas durante o julgamento.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Amazonas (OAB-AM), Jean Cleuter, manifestou seu apoio à advogada em um vídeo, destacando que tal atitude do promotor não é tolerada e vai contra os direitos dos advogados previstos na lei n° 8.906/94. Ele enfatizou a importância de preservar as prerrogativas dos advogados e da sociedade como um todo.