A procuradora-geral Laura Macedo Coelho é quem vai assumir a gestão da Prefeitura de Coari. A mudança acontece após a prisão do prefeito Adail Filho durante a Operação Patrinus nesta quinta-feira (26). Ele é suspeito de participar de um esquema de corrupção que teria movimentado mais de R$ 100 milhões.
A assessoria de imprensa da prefeitura informou que a medida tem efeito imediato, por prazo indeterminado. Laura é advogada, formada pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e assumirá todas as prerrogativas da função.
De acordo com a Operação Patrinus, Adail Filho pode estar envolvido em fraudes e beneficiamento de empresas em processos licitatórios da Prefeitura de Coari. A investigação constatou que alguns destes empresários contribuíram na campanha de Adail durante as eleições de 2016.
Nesta quinta-feira (26), o Ministério Público do Amazonas (MP-AM) expediu 70 mandados de busca pessoal e de busca e apreensão, cumpridos em domicílios, órgãos públicos e em sedes de empresas. A irmã de Adail, deputada Mayara Pinheiro, também é investigada pela operação.
Além do prefeito, outras três pessoas foram presas pela operação: o sargento da PM e assessor do prefeito Fernando Lima, o sócio de uma redes de supermercados em Manaus, Alexsuel Rodrigues, e o vereador e presidente da Câmara Municipal de Coari (CMC), Keiton Batista.
Durante o cumprimento dos mandados, a polícia encontrou uma quantia de dinheiro não especificada na casa do sargento Fernando Lima. De acordo com a procuradora-geral Leda Mara, o valor levantado até agora – R$ 100 milhões – pode ser maior.
“Todos os envolvidos vão ter direito ao contraditório e à defesa, e pode ser que esse número venha a aumentar ou se aproximar do valor apontado”, explicou Leda. Para ela, esta primeira fase da operação vai abrir caminho para novas linhas de investigação.
Para o MP-AM, o desvio ocorreu em diferentes segmentos e, somente com o avanço da investigação, será possível identificar a origem dos recursos.
“Essa fraudes ocorreram em vários contratos. Temos vários empresários envolvidos, nem todos privados de liberdade. Nós vamos chegar à conclusão de que parte deste recurso, que seria a favor da população, foi desviado para outros fins”, disse a procuradora-geral.
Em nota, o prefeito Adail Filho questionou a necessidade da prisão e considera as acusações graves. Ele afirmou ainda que prestará todos os esclarecimentos desejados pela justiça.
“Embora ele tenha se colocado à disposição, nós não temos garantia de que provas não seriam alteradas ou suprimidas, a partir do momento em que desencadeássemos essa investigação”, explicou a procuradora-geral.
Fonte: G1