Para alertar a população sobre os sinais e sintomas da tuberculose, a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), promoveu, na segunda-feira, 11/3, uma ação educativa no Terminal de Integração 3 (T3), no bairro Cidade Nova.
De acordo com a técnica responsável pelo Programa de Controle da Tuberculose no Disa Norte, enfermeira Glenda Serrão Romero, a ação promovida no T3 integra a Campanha de Mobilização e Luta contra a Tuberculose 2024, em execução pela Semsa desde o dia 4 de março, com o objetivo de intensificar as ações de prevenção e controle da doença em Manaus.
“A ação no T3 é para alertar a população sobre os sintomas da tuberculose e sobre onde é possível realizar os exames. Pessoas com tosse por duas semanas ou mais devem procurar uma unidade de saúde. Todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) realizam a coleta do exame de escarro para o diagnóstico da doença, assim como também oferecem todo o tratamento”, afirmou Glenda Romero.
Em 2023, o município de Manaus registrou 2.816 casos de tuberculose, com aproximadamente 124 casos por 100 mil habitantes, o que representa a maior incidência da doença entre as capitais brasileiras. Este ano, o número de casos registrados chegou a 277.
“Uma das principais dificuldades no controle da tuberculose é o abandono de tratamento. O tratamento é longo, dura seis meses, e alguns pacientes acabam abandonando antes de finalizar. Em alguns casos são dependentes químicos que precisam de um maior acompanhamento. Então, a equipe de saúde faz busca ativa dos pacientes faltosos, vai até o domicílio e busca reiniciar o tratamento. Há casos de pacientes que são moradores de rua e também existe uma equipe de saúde para fazer a busca ativa de faltosos e o acompanhamento dos pacientes”, informou a enfermeira.
O chefe do Núcleo de Controle da Tuberculose da Semsa, enfermeiro Alexandre Inomata, informa que Manaus tem uma taxa de 20% de abandono de tratamento entre os pacientes com tuberculose. “Há uma preocupação grande nesses casos, porque o abandono do tratamento pode resultar em uma tuberculose mais grave e mais difícil de tratar”, aponta Inomata.
As ações da campanha vão seguir até dia 27 de março na capital amazonense, com todas as UBSs desenvolvendo atividades educativas, de busca ativa de casos suspeitos, integração com o Programa Saúde na Escola (PSE) e intensificação da avaliação dos contatos dos pacientes diagnosticados com a doença, que são as pessoas que convivem de forma próxima e prolongada com pacientes diagnosticados com tuberculose, principalmente os contatos domiciliares.
“O objetivo da intensificação das ações é aumentar a detecção precoce de casos de tuberculose, orientando a população a procurar uma UBS no caso de sintomas da doença. Os contatos dos pacientes diagnosticados com tuberculose também devem fazer uma avaliação na UBS, mesmo sem apresentar sintomas. O diagnóstico precoce permite o início do tratamento, o que interrompe a transmissão da doença. Um paciente com tuberculose, sem tratamento, pode transmitir a doença para, em média, de 10 a 15 pessoas a cada ano”, alerta Inomata.
Para a dona de casa Francinete Cavalcante Sá, moradora do bairro Novo Israel (zona Norte), que participou da atividade no Terminal 3, as ações da campanha são importantes para que a população conheça e entenda melhor a doença.
“Acredito que é preciso falar mais sobre a tuberculose, porque ainda há muito preconceito. É uma doença que tem cura, tratamento, mas isso não tem muita repercussão, e tem casos que são rápidos de curar, mas outros são complicados”, afirmou Francinete Sá.
Transmissão
Doença infecciosa e transmissível, a tuberculose é causada da micobactéria Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch (BK), que afeta, prioritariamente, os pulmões. O principal sintoma é a tosse (seca ou com catarro) e, por isso, a recomendação é para que pessoas com tosse por duas semanas ou mais sejam examinadas, procurando uma das unidades de saúde da rede municipal para a realização de exames. Além da tosse, pode haver a manifestação de outros sintomas: febre vespertina, sudorese noturna e emagrecimento.
A transmissão da doença ocorre quando, ao falar, espirrar e, principalmente, ao tossir, as pessoas com tuberculose ativa, ainda sem iniciar o tratamento, lançam no ar partículas em forma de aerossóis que contêm bacilos, podendo transmitir a doença para outras pessoas, ou seja, o bacilo é transmitido pelo ar e a infecção acontece pela respiração.