A equipe selecionou quatro edifícios retangulares que criaram dois quarteirões paralelos com ruas estreitas ladeadas por prédios e revestiu os telhados, paredes e pavimentos de ruas de metade dessa área industrial com tinta fria, deixando a área adjacente não revestida.
Recorrendo a sensores ambientais, os cientistas monitorizaram o movimento do ar, a temperatura da superfície e do ar, a humidade e a radiação ao longo de dois meses.
Depois de compararem os dados das duas áreas, descobriram que durante um ciclo de 24 horas a zona revestida com a tinta registava uma redução de até 30 por cento do calor libertado pelas superfícies construídas, correspondendo a 2º C mais frio na hora mais quente do dia, comparativamente com a zona não pintada.
Pavimentação
A tinta fria é então uma tecnologia refletora de calor para superfícies exteriores de edifícios. Este estudo permite traduzir em números os benefícios, nomeadamente em termos de aumento da sustentabilidade e mitigação do efeito de “ilha de calor urbano”.
Os ensaios sobre o uso de tinta para refrigerar o ambiente já foram feitos mas em modelo reduzidos. A nova experiência feita em espaço urbano real vem agora trazer mais dados sobre a eficácia do revestimento, sobretudo nos centros das cidades.
Contendo aditivos que refletem o calor do sol, a tinta conseguiu reduzir a absorção e emissão de calor superficial.
Os telhados com pintura fria refletiram 50 por cento mais luz solar e, como resultado, absorveram 40 por cento menos calor, durante o período mais quente de um dia de sol, em comparação com os telhados convencionais.
A investigação, conduzida no verão passado, foi publicada na revista Sustainable Cities and Society mas os estudos sobre o uso da tinta exterior continuam. Vão agora centrar-se em perceber como e quanto tempo o revestimento de tinta fria permanece na área intervencionada para a experiência.