Depois de 17 dias de paralisação dos servidores da educação no Amazonas, o governo do estado oferece uma contraproposta a categoria. Dessa vez, o executivo propõe incorporar a perda residual dos servidores da educação referentes ao período de 2015 a 2018, no pagamento da data-base de 2019. Incorporação esta, não calculada na negociação passada. Com isso, a reposição salarial dos profissionais será de 4,74%, segundo o secretário de Estado de Fazenda, Alex Del Giglio. A contraposta será apresentada oficialmente nesta sexta-feira (3) pelo governo do estado ao Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Amazonas (Sinteam) e Associação de Professores e Pedagogos das Escolas Públicas do Ensino Básico de Manaus (Asprom-Sindical), que representam a categoria.
O estudo apresentado pelos sindicatos foi analisado pelos técnicos da Sefaz e considera o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que alcança o percentual de 0,81%. “Esse é o índice mais favorável à categoria. Constatamos que houve um erro no cálculo do percentual da negociação passada, que não é culpa da atual administração. Sendo assim, não há problemas em incorporar essa perda”, explicou Alex Del Giglio. No cálculo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), o percentual seria de 0,37%.
Alex Del Giglio explicou, ainda, que a incorporação das perdas residuais apresentadas não inflige a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). “A LRF permite que a Sefaz identifique esse erro e incorpore à reposição salarial porque foi um erro diretamente no cálculo do percentual”, afirmou. Nos cálculos, o percentual da data-base de 2015 a 2018 deveria ser de 28,05%. No entanto, a Lei Estadual 4.578, que concedeu a data-base desse período durante as negociações do ano passado, apresentou o percentual de 27,02%.
Quanto às análises das perdas devido ao escalonamento, Alex Del Giglio ressaltou que além de não ter respaldo da LRF, a negociação do escalonamento foi feita com a categoria, que ganhou forma de acordo. “A negociação gerou um projeto de lei, que foi apresentando na Assembleia Legislativa e aprovado. Foi um acordo feito com a categoria. Não há que se falar em perda agora justamente por ter sido um acordo de que haveria um escalonamento e todos sabiam as condições desse processo. Valores além deveriam ter sido observados pra que pudessem ser cumpridos”, explicou.
Na reunião desta quinta-feira (2), quando foram apresentados os resultados da análise, os professores Josué Vieira e Beatriz Calheiros estiveram presentes e representaram o Sinteam. A Asprom foi representada pelos professores Omar Alves e Lambert Melo.
Lambert Melo afirmou que a aceitação da incorporação das perdas residuais por erro de cálculo representa um avanço nas negociações. Segundo ele, as perdas estavam inclusas no percentual de 5% além dos ganhos reais reivindicadas, que eram de 10%. “Quando fizemos nosso estudo pensamos inclusive que os 5% era parte da inflação somados à perda residual e que os 10%” seriam os ganhos reais para a categoria.
Desde o início das negociações, o Governo tem destacado que não pode oferecer, nesse momento, ganhos reais a nenhuma das categorias devido à situação fiscal do Estado
Com informações da assessoria