Casos de reinfecção de Covid no Amazonas são da variante P.1, de maior transmissibilidade

P.1 é uma das 18 variantes do novo coronavírus já mapeadas no Amazonas Foto: reprodução
Compartilhe

Os três casos de reinfecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) registrados pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) neste ano, ocorreram pela nova variante P.1, identificada a partir de estudo das linhagens do SARS-CoV-1 e considerada como de alto potencial de transmissibilidade. Outros 12 casos de possíveis reinfecções seguem em investigação pela FVS-AM.

A P.1 é uma das 18 variantes do novo coronavírus já mapeadas no Amazonas. O estudo realizado pela Fiocruz Amazônia, em parceria com a FVS-AM, confirmou a origem da P.1 e um aumento substancial na frequência dessa variante nas amostras analisadas.

De acordo com o estudo, entre as amostras analisadas, a variante P.1 respondia, em dezembro, por 51% dos casos. Já no dia 13 de janeiro, esse percentual aumentou para 91%. Também foi identificada a circulação dessa variante em onze municípios do Amazonas, nos estudos realizados em janeiro.

O diretor-presidente em exercício da FVS-AM, Cristiano Fernandes, explica que o trabalho com a Fiocruz Amazônia fortalece a vigilância genômica como estratégia para o monitoramento viral, em especial do SARS-CoV-2.

“Atualmente já foram identificadas 18 variantes do SARS-CoV-2 no Amazonas, que são monitoradas desde março de 2020, período de registro do primeiro caso de Covid-19. As pesquisas apontam a necessidade de ampliar o monitoramento genômico; e que estudos dessas variantes são necessários para o melhor entendimento da dinâmica de transmissão da doença, e da definição de novas estratégias para o enfrentamento da pandemia”, explicou Cristiano.

O diretor da FVS-AM afirma, ainda, que as mutações são processos evolutivos comuns nos vírus. “O acúmulo de mutações acontece naturalmente pelo número de passagens desse vírus pelo organismo, a partir desse processo alguns vírus acabam mudando seus códigos genéticos explicado pela convergência evolutiva, termo conhecido pela ciência, e a partir daí acabam mudando sua identidade genética gerando novas variantes”, detalhou.

Assim como o restante das linhagens do vírus, a variante P.1 foi identificada a partir de um trabalho de sequenciamento genético de pessoas infectadas e análise das informações coletadas. Segundo Cristiano Fernandes, o Brasil dispõe de 3 mil sequências mapeadas, sendo 250 apenas do Amazonas. Esse sistema é uma etapa de estudo seguida por pesquisadores de todo o mundo, inclusive no Reino Unido e na África do Sul, dois países onde duas outras cepas foram confirmadas.

Na variante P.1, e nas cepas identificadas nesses países, a mutação do vírus localiza-se na proteína Spike e utiliza a área para fazer a ligação com a célula infectada do indivíduo. Paralelamente a isso, a proteína vem sendo o mesmo caminho usado pelos cientistas para produzir a vacina contra o vírus, justificando a importância do monitoramento dessa variante.

Cristiano reforça que os estudos estão em andamento para responder questões sobre o grau de letalidade desta nova cepa, além do perfil de virulência, ou seja, a capacidade daquele agente causar danos ao indivíduo. Embora a hipótese seja adequada, somente a partir dessas evidências, será possível afirmar se o aumento do número de casos e óbitos em Manaus foi causado pela variante do novo coronavírus.

No entanto, o diretor-presidente afirma que a variante P.1 carrega uma maior capacidade de transmissão. E isso está comprovado a partir do monitoramento feito pelo grupo. “A partir da identificação dessa variante, do ponto de vista epidemiológico, o que ela tem mostrado é um potencial de transmissão alto, que a gente chama de transmissibilidade, até em razão do número de casos que tivemos em dezembro, janeiro e fevereiro”, avaliou.

A partir dessa indicação, Cristiano defende que o momento exige da população a continuação das medidas de prevenção. “A população precisa ajudar, não pode relaxar com as medidas de proteção

A gente poderia estar emergindo qualquer variante, se nós tivéssemos adotando a proteção respiratória como rotina, o uso de máscara, medidas higiene coletivas e individuais, uso de álcool em gel, evitar locais com aglomeração. Com isso nós vamos diminuir muito o risco de propagação da doença”, recomendou.

Voce pode gostar também!

Conheça meus serviços

É um serviço especializado realizado por mim Jornalista Marcela Rosa , especialista em telejornalismo e produção de vídeos e textos para vídeos e TV, Na minha mentoria on line eu vou te orientar de forma individualizada nos seus trabalhos de vídeo ou ainda de textos para TV ou internet.

Saiba mais

Nas Redes Sociais, como jornalista,eu atuo de uma forma diferenciada. Na verdade, uso a minha imagem e o meu texto (fala) como “referência” digital para produtos e serviços que coadunam com meu perfil de mulher adulta, mãe e profissional da comunicação.

Saiba mais

O Cerimonial de uma jornalista busca sempre aliar competência e credibilidade com a imagem e a voz que vão representar empresas e organizações.

Saiba mais

O meu maior Knowhow é sem dúvida a produção, redação e apresentação de vídeos jornalísticos. E todo este conhecimento é reproduzido nas propostas institucionais.

Saiba mais