As Amazonas: sociedade matriarcal que deu nome ao estado do Norte

Foto: Nendra Sued
Compartilhe

Há uma lenda amazônica da cidade de Nhamundá que explica a origem do nome do estado do Amazonas e de um dos maiores rios do mundo, explorados pelo espanhol Francisco de Orellana, em 1542. A história fala sobre uma sociedade composta apenas por mulheres, as icamiabas. “Valentes, guerreiras, belas, seminuas”, como são retratadas na toada “Conori”, do Boi Caprichoso.

 

História

Quando a expedição de Orellana chegou, por engano, à região que hoje é o estado Amazonas, se deparou com um grupo formado inteiramente por mulheres. Ao serem atacados por elas, acreditavam que eram as Amazonas, do mito grego e usaram o mesmo termo para nomear o rio e o estado.

Gaspar de Carvajal, que viajava com Orellana, relatou em crônicas o descobrimento do Amazonas e o encontro com as icamiabas. “Nós mesmos vimos essas mulheres lutando como líderes femininas na linha de frente de todos os índios. As mulheres são muito claras e altas e usam cabelos compridos que trançam e enrolam em torno de suas cabeças. Elas são muito fortes e ficam completamente nuas, mas suas partes púbicas estão cobertas. Com arcos e flechas na mão fazem tanta guerra como dez índios”, afirma ele em Relación del nuevo descubrimiento del famoso Rio Grande de las Amazonas.

 

Etimologias

As icamiaba ou iacamiabas, que tem como tradução “a que não tem seio” ou “sem marido”, eram lideradas pela rainha Conori. As indígenas também conhecidas como cunhã puiaras ou counipuiaras (grandes senhoras) costumavam mergulhar em um rio chamado Iaci-uaruá, o espelho da lua. Das profundezas do rio retiravam um barro verde e dele moldavam um talismã, o muiraquitã.

 

A lenda

Rebeca Vilhena, cabocla de descendência mura, conta que “no coração da Floresta Amazônica existia uma sociedade formada apenas por mulheres que caçavam, pescavam, faziam artesanato, fabricavam armas e lutavam bravamente. Eram mulheres fortes e independentes que uma vez por ano realizavam uma festa dedicada à lua, o ‘Ritual das Pedras Verdes’. Nessa festa, que durava dias, elas recebiam os guacaris, indígens da aldeia mais próxima. Os homens acabavam presos pelas mulheres que tinham o intuito de acasalar e procriar. Quando a festa acabava e as cunhãs acreditavam estar grávidas, mergulhavam no rio, o Espelho da Lua, e traziam a matéria-prima verde, que era moldada em formato de algum animal e endurecia fora da água, é o chamado muiraquitã. O muiraquitã verde em formato de sapo era símbolo de fertilidade.”

“Depois que engravidavam e realizavam o parto, descobrindo que era curumim (garoto), elas entregavam para os guacaris criarem em sua comunidade. Se fosse cunhatã (garota), permaneciam com elas para serem treinadas e se tornarem bravas guerreiras”, continua ela.

 

O Muiraquitã

Acreditava-se que o amuleto moldado pelas counipuiaras era de pedra jade, mas atualmente se sabe que são de amazonita, uma variedade de feldspato de coloração verde existente nas formas de sapo, tartarugas e rãs, trazendo sorte, felicidade e proteção contra doenças para os que acreditam.

 

Matriarcado e independência feminina

“Eu vejo nas Amazonas uma independência feminina, elas possuem consciência das capacidades que têm, é um sentimento de fortificação e liberdade. Essa formação matriarcal é algo muito comum pra mim, como sempre vi na minha família com a minha vó e a minha mãe. Além disso é uma construção muito presente ainda em diversas comunidades indígenas” destaca Rebeca.

Voce pode gostar também!

Conheça meus serviços

É um serviço especializado realizado por mim Jornalista Marcela Rosa , especialista em telejornalismo e produção de vídeos e textos para vídeos e TV, Na minha mentoria on line eu vou te orientar de forma individualizada nos seus trabalhos de vídeo ou ainda de textos para TV ou internet.

Saiba mais

Nas Redes Sociais, como jornalista,eu atuo de uma forma diferenciada. Na verdade, uso a minha imagem e o meu texto (fala) como “referência” digital para produtos e serviços que coadunam com meu perfil de mulher adulta, mãe e profissional da comunicação.

Saiba mais

O Cerimonial de uma jornalista busca sempre aliar competência e credibilidade com a imagem e a voz que vão representar empresas e organizações.

Saiba mais

O meu maior Knowhow é sem dúvida a produção, redação e apresentação de vídeos jornalísticos. E todo este conhecimento é reproduzido nas propostas institucionais.

Saiba mais