Mais um capítulo da websérie sobre três artistas indígenas, da 1ª Mostra de Arte Indígena de Manaus, foi lançado pela Prefeitura de Manaus com o apoio da Fundação de Cultura, Turismo e Eventos de Manaus (Manauscult), nesta segunda-feira (25/10), como parte dos eventos comemorativos do aniversário de 352 anos de Manaus nas redes sociais (Instagram e Facebook) do Conselho Municipal de Cultura (Concultura).
“Neste episódio vamos conhecer o trabalho criativo de Ivan Tukano, baseado na cosmogonia de seu povo; o universo mítico mura na pintura de Tuniel Aweté, e também a arte em marchetaria de Kawena Maricaua, retratando a vivência familiar Kokama”, apresenta o presidente do Concultura, Tenório Telles.
O gestor explicou que os três artistas representam o mundo mitológico de seus povos. Beleza e humanidade se juntam neste testemunho comovente de nossos artistas indígenas.
Representando a força da arte de seu povo Kokama, Kawe’na Maricaua é irmã do professor Francisco Tchanpan Maricaua e ambos participam da 1ª Mostra de Arte Indígena, em exposição até o dia 29/10 no Centro Cultural Palácio Rio Branco, localizado ao lado do Memorial Aldeia da Memória Indígena, na Praça Dom Pedro II, no Centro Histórico de Manaus.
Kawe’na seguiu o irmão e fez o curso de marchetaria oferecido pela Fundação Dirson Costa, no ano de 2006, e, a partir daí, foi desenvolvendo a técnica e criando obras de arte, que a tiraram de um emprego de frentista, para se dedicar exclusivamente à atividade artística. “Percebemos que há um interesse crescente pelas obras de arte indígenas ao longo dos anos”, conta.
A cultura do povo Kokama é uma herança artística e antropológica que os irmãos Maricaua resgatam e valorizam em suas obras, com reflexos em suas vidas a partir do momento que entenderam a força que têm suas histórias, retirando-os da periferia cultural e colocando-os no centro da indústria cultural.
O estreante no mundo das artes é filho do povo mura, Tuniel Mura, vindo da aldeia Murutinga, no município de Autazes (AM). Suas telas são expressões de sonhos e imagens de sua cultura, com a presença do boto no imaginário de sua gente. A técnica de pintura é outra peculiaridade do artista que usa o capim pé-de-pinto para fazer seus pincéis. “Eu tentei pintar com pincéis tradicionais, mas não me adaptei, e decidi fazer minhas obras para a mostra, com o capim”, contou.
Ivan Tukano representa seu povo, originário do Alto Rio Negro, e mostra no grafismo a forte tradição e codificação da cultura ancestral de sua gente.
”Por trás de cada grafismo, existe conhecimento, não é simplesmente um grafismo inventado. Esse apoio do Concultura é muito importante para os povos indígenas. Mostra à sociedade que estamos aqui presentes na capital, muito significativo nesse momento, que marca o aniversário de Manaus”, explica.