No fim de janeiro, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou dados da primeira fase do Censo Escolar 2021. Entre eles, o índice de distorção idade-série ficou em 9,6% em Manaus, a menor taxa da Secretaria Municipal de Educação (Semed) na história.
Na capital urbana a queda ficou em 9,4%, e na rural, 12,9%. Resultando na média 9,6% geral.
Em 2015, a Semed fechou parceria com o Instituto Airton Senna (IAS) para o “Se Liga”, destinado a estudantes não alfabetizados e em estado de defasagem idade-série matriculados do 3º ao 5º ano do ensino fundamental, e o “Acelera”, que promove a recuperação da aprendizagem de estudantes com distorção idade-série no mesmo período.
Para o secretário municipal de educação, Pauderney Avelino, o resultado é fruto de um árduo trabalho:
“Pela primeira vez na história da Semed conseguimos um índice abaixo de 10% de distorção idade-série. Nós temos vários programas em parceria com o IAS, temos também o pit stop, programa da própria secretaria, que está sendo copiado por outros municípios”, pontuou.
Segundo a responsável pelo IAS, Neuza Viana, um dos desafios na volta às aulas presenciais em 2021 foi a organização e o reforço à equipe:
“Nos programas ‘Se Liga’ e ‘Acelera Brasil’, todo um processo de busca foi feito por meio de tutores e assessores distritais para que nossas crianças voltassem. Fatores que contribuíram para que pudéssemos reduzir efetivamente esse índice. Então a rede se fortificou com gestores, assessores, professores, tutores a fim de que pudéssemos atender melhor nosso público e ele não desistisse da escola”, concluiu Neuza.
Segundo informações da Prefeitura, o IAS conseguiu alfabetizar 94% dos estudantes do 4º ano. Além disso, o programa recuperou alunos que haviam abandonado a escola, e que agora progridem nos estudos.
O professor Ayleson Ramos Marques explica que um dos trunfos do “Acelera” e do “Se Liga” é atuar com a questão da vulnerabilidade social:
“O ponto principal do programa é a metodologia, onde trabalhamos de forma prática, nos desprendendo um pouco do quadro branco e trabalhando com material concreto, onde acreditamos que o processo de ensino-aprendizagem acontece de forma espontânea, onde o estudante aprende brincando. Nós trabalhamos muito o socioemocional do aluno, além de questões voltadas para a realidade deles”, disse.