O Brasil registra uma média anual de quase 500 amputações de pênis totais ou parciais por falta de tratamento correto ou diagnóstico tardio.
O câncer de pênis pode se manifestar por feridas de diferentes aspectos. Por isso, a recomendação é que qualquer lesão peniana seja avaliada por um especialista. “Pode ser plana, verrugosa, ulcerada… Não há um padrão definitivo e toda alteração deve ser considerada um alerta”, explica Alfredo Canalini, médico urologista e presidente da SBU (Sociedade Brasileira de Urologia).
Sangramento, pele endurecida e vermelha, coceira intensa e dificuldade para expor o a glande ao puxar o prepúcio também são sintomas que não devem ser ignorados.
O diagnóstico que confirma o câncer de pênis é feito por biópsia de algum fragmento da lesão.
A incidência da doença aumenta com a idade e é mais frequente em pessoas com 50 a 70 anos.
Em 2021, pela dificuldade de acesso agravada com a pandemia, houve a diminuição em torno de 20% dos casos notificados pelo Ministério da Saúde, quando comparado com a média dos anos anteriores.
Um estudo que analisou os casos brasileiros da doença, publicado no periódico científico Journal of Cancer Research and Clinical Oncology em 2020, alerta que o câncer de pênis é associado à população de baixa e média renda. “Por falta de conhecimento e preconceito, o homem acaba negligenciando a própria saúde”, diz o médico.
Diferentemente do câncer de colo de útero em mulheres, que se assemelha ao câncer de pênis por também poder ter o vírus HPV como precursor, o problema nos homens pode ser observado com maior facilidade, sem necessariamente ser detectado apenas por um profissional de saúde. “É por isso que temos que incentivar que homens de todas as idades examinem seus próprios prepúcios e glandes”, alerta o especialista.