Desmatamento na Amazônia continua alto e preocupando especialistas

Paisagem vista pela BR 163, na altura de Santarém, no Pará. Fotografia tirada em setembro de 2019 - Foto: Nelson Almeida/ AFP
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O desmatamento na Amazônia tem preocupado ainda mais os ambientalistas, especialmente depois do último relatório do Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC), emitido no dia 28 de fevereiro.

Os alertas de desmatamento na Amazônia em fevereiro somaram 149,88 km², um aumento de 22% em relação ao mesmo período em 2021, quando foram registrados alertas para 122,8 km².

A área sob alerta indicada pelo Programa Deter, do Instituto de Pesquisas Espaciais, é quase do mesmo tamanho que a cidade de Natal (RN).

Números

Apesar de os dados serem ainda parciais, já que a plataforma foi atualizada somente até 25 de fevereiro, a área derrubada na Amazônia até este dia já é a segunda maior do que qualquer fevereiro completo desde 2016, perdendo somente para fevereiro de 2020, quando os alertas indicaram desmatamento de 185,73km².

Em janeiro, a Amazônia já havia registrado recorde de alertas de desmatamento, que somaram 430,44 km². O número foi quatro vezes maior do que em janeiro de 2021 e o pior desde 2016.

“Isso é mais do que esperado em um governo que implodiu com a política ambiental e que vê a legislação ambiental e a atuação da fiscalização como entraves a serem afastados”, disse a ((o))eco a especialista em políticas públicas do Observatório do Clima, Suely Araújo.

Dentre os estados, o Mato Grosso foi o que contabilizou maior número de alertas, com 49,35 km² de desmatamento, seguido pelo Pará, com 47,62 km², Amazonas, com 40,49 km², Roraima, com 4,95 km², Rondônia, com 3,64 km², Maranhão, com 3,46 km² e Tocantins, com 0,37km². O estado do Acre não registrou alertas de desmatamento para o período, segundo a plataforma do INPE.

Estimativas feitas pela plataforma de inteligência artificial PrevisIA indicam que, em 2022, a área derrubada na Amazônia pode chegar a 15 mil km². A plataforma leva em conta o período chamado de “calendário do desmatamento”, que vai de agosto de um ano até julho do ano seguinte.

“Em um ano eleitoral somado ao pacto entre o governo e sua base no Congresso em prol do desmonte das leis ambientais, esse quadro de retrocessos tende a piorar”, finaliza Suely Araújo.

Fonte: ((o))eco.

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