Na tarde da última quarta (09/03), o “Ato pela Terra” reuniu protestos engajados na resistência contra os desmontes na área ambiental, o chamado “Pacote da Destruição”.
O termo se refere a um conjunto de projetos de lei em tramitação no Congresso que poderá anistiar a grilagem, extinguir o licenciamento ambiental e aumentar o esbulho sobre terras indígenas, como o PL 191/2020.
Enquanto isso, na Câmara dos Deputados, os parlamentares aprovaram a urgência no projeto que libera a mineração em Terras Indígenas, na última quarta (09/03).
Discursos
Em seu Twitter, o ex-presidente Lula (PT) se posicionou de forma contrária ao projeto em pauta na Câmara:
“Se eu for presidente da República não terá garimpo em terras indígenas. Os índios não são intrusos, eles estavam aqui antes dos portugueses chegarem. Eles têm direito a vida digna e cuidarmos da Amazônia é mais importante que garimparem um pouco de ouro”, disse o petista.
Já o pré-candidato à presidência Ciro Gomes (PDT), ao comentar o Ato pela Terra, disse que a presença e o discurso de Caetano no Senado “tem não só moldura histórica, como instaura uma nova forma de enfrentamento à marcha devastadora que alguns setores promovem contra o meio ambiente”.
Segundo ele, as leis brasileiras não devem jamais ser feitas “para semear a morte e dar contorno legal a ideias e regimes nefastos”.
Enquanto isso, o presidente Jair Bolsonaro (PL) fez uma menção indireta à questão indígena, exaltando os investimentos do Governo Federal em ações de fiscalização em terras indígenas e citando dados imprecisos de desmatamento.
Segundo ele, tal investimento trouxe como resultado a “redução de 22,75% no desmatamento em terras indígenas da Amazônia Legal entre 2020 e 2021”.
João Dória, Sérgio Moro e Eduardo Leite não se manifestaram sobre nenhum dos assuntos.
Números
Os números oficiais do desmatamento, medidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), no entanto, contradizem a fala do liberal. Segundo o Instituto, a queda no desmatamento em TIs entre 2020 e 2021 foi de 18,6%. A queda, no entanto, não deve ser medida de forma isolada.
Segundo análise dos números do PRODES feita pelo Instituto Socioambiental (ISA), se contar a degradação – além do desmatamento por corte raso – o aumento da destruição das florestas dentro de territórios indígenas subiu 55% entre 2020 e 2021. Além disso, considerando todo o período do governo Bolsonaro, a alta no desmatamento em TIs foi de 138%.
Fonte: ((o))eco.