Pesquisadores da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), estão desenvolvendo um sistema capaz de prever os fenômenos na região do Rio Madeira e, assim, tentar reduzir os impactos negativos na vida de milhares de amazonenses.
De acordo com levantamentos feitos pelos pesquisadores, esses eventos afetam de forma direta a biodiversidade e ecossistemas, os recursos hídricos, a economia, a agricultura, a navegação fluvial, a geração de energia, e principalmente os povos e comunidades mais vulneráveis da região Amazônica.
Segundo o coordenador do projeto, Francis Corrêa, nos últimos vinte anos ocorreram três grandes secas e três grandes enchentes, o que acarretou em prejuízos enormes.
O projeto está sendo desenvolvido com foco na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Madeira, área de suma importância para a conservação da biodiversidade da região, que abrange os municípios de Borba, Manicoré e Novo Aripuanã, e abriga 45 comunidades com cerca de 1.200 famílias.
“A escolha da região da RDS deve-se à grande vulnerabilidade dos povos e comunidades que habitam aquela região aos eventos hidroclimáticos. O monitoramento do clima de longo período mostra o aumento da ocorrência de eventos extremos hidroclimáticos naquela região”, diz Francis.
A pesquisa foi dividida em duas etapas. A primeira, observacional, busca fazer o monitoramento hidroclimático na reserva sustentável.
Para isso, com apoio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), está sendo instalada uma plataforma de coleta de dados onde serão monitorados parâmetros como temperatura, umidade, vento, pressão, precipitação e radiação.
Na segunda etapa, será feita a instalação e configuração de modelos climáticos (ETA) e hidrológicos (MGB) no Laboratório de Modelagem do Sistema Climático Terrestre (LABCLIM / UEA). Com a conclusão da pesquisa, a expectativa é entregar uma ferramenta que possa ajudar o trabalho dos órgãos públicos.
Fonte: G1