Após de quatro anos de mobilização de cientistas, ambientalistas e organizações de sociedade civil, e também em trâmites processuais, a Baía de Guanabara será espaço de um espaço universitário público.
A proposta de criação do Programa de Extensão Universidade do Mar foi oficializada na última semana pelo reitor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Ricardo Lodi Ribeiro.
O ecologista Sérgio Ricardo de Lima, cofundador do Movimento Baía Viva e um dos idealizadores da proposta, comemorou a oficialização dessa iniciativa:
“Depois de mais de 30 anos de propaganda governamental enganosa com falsas promessas de despoluição da Baía de Guanabara e de gastos bilionários em programas que, na prática, geraram poucos resultados reais para o processo de recuperação ambiental integrada da Baía de Guanabara”.
A Universidade do Mar buscará soluções integradas para os problemas da Baía de Guanabara, a partir de uma rede de parcerias.
Relevância
Liderada pela Faculdade de Oceanografia da UERJ, pelo Movimento Baía Viva e pela Associação de Moradores de Paquetá (Morena), o espaço escolhido está situado em uma das regiões mais conservadas, abrangendo a Zona de Amortecimento da Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim e a Estação Ecológica (ESEC) da Guanabara.
Nesse percurso, onde se inserem outros municípios, ainda existem 80 quilômetros de manguezais protegidos, ecossistema fundamental à manutenção da biodiversidade e ao equilíbrio climático.
Esse território abriga espécies ameaçadas de extinção como os botos-cinza (Sotalia guianensis), símbolo do Rio de Janeiro.
A relevância também aumento quando se considera que a UERJ é a instituição da Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável pela Organização das Nações Unidas (ONU), no período de 2021 a 2030.
Fonte: ((o))eco.