Instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), 2 de abril é o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, quando cartões-postais de todo o planeta se iluminam de azul.
A data nasce da necessidade de distribuir informações qualificadas para diminuir o preconceito e a discriminação e, assim, promover a inclusão do público.
Em 2022, o tema da campanha é “Lugar de autista é em todo lugar” e conta com hastag #AustistaEmTodoLugar.
Autismos
Pode-se dizer que há vários tipos ou subtipos de autismo, pois o transtorno é caracterizado por déficits, de qualquer nível, em duas importantes áreas do desenvolvimento: comunicação social (socialização e comunicação) e comportamento (movimentos repetitivos e interesses restritos).
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), portanto, afeta cada pessoa de maneira única, porém, todas elas têm direitos fundamentais garantidos.
Sinais
A seguir, estão listados os sinais mais comuns em pessoas que possuem a condição TEA.
- Não manter contato visual por mais de 2 segundos;
- Não atender quando chamado pelo nome;
- Isolar-se ou não se interessar por outras crianças;
- Alinhar objetos;
- Ser muito preso a rotinas a ponto de entrar em crise;
- Não brincar com brinquedos de forma convencional;
- Fazer movimentos repetitivos sem função aparente;
- Não falar ou não fazer gestos para mostrar algo;
- Repetir frases ou palavras em momentos inadequados, sem a devida função (ecolalia);
- Não compartilhar seus interesses e atenção apontando para algo, ou não olhar quando apontamos algo;
- Girar objetos sem uma função aparente;
- Interesse restrito ou hiperfoco;
- Não imitar;
- Não brincar de faz-de-conta.
Apenas três deles presentes numa criança de um ano e meio já justificam uma suspeita para se consultar um médico neuropediatra ou um psiquiatra da infância e da juventude.
Dados
Estudos recentes (principalmente uma grande pesquisa científica publicada em 2019, com mais de 2 milhões de indivíduos, em cinco países) têm demonstrado que fatores genéticos são os mais importantes na determinação de suas causas (estimados entre 97% e 99%, sendo 81% hereditário), além de fatores ambientais (de 1% a 3%).
Existem atualmente mais de 900 genes já mapeados e implicados como fatores de risco para o transtorno.
O Brasil tem apenas um estudo de prevalência de TEA até hoje: um estudo-piloto, de 2011, em Atibaia (SP), que apontou a proporção de 1 autista para cada 367 habitantes (ou 27,2 por 10.000). A pesquisa foi feita apenas em um bairro de 20 mil habitantes daquela cidade.
Embora a condição seja um problema de saúde pública, o Brasil não tem números oficiais e, neste ano, pela primeira vez teremos uma pergunta sobre autismo no Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). E ainda assim, poderá dizer o número de diagnósticos do país, não o número total de pessoas autistas.
Amparo legal
No Brasil, a “Lei Berenice Piana” — Lei 12.764, de 2012, que criou a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo, regulamentada pelo Decreto 8.368, de 2014 — garante os direitos dos autistas e os equipara às pessoas com deficiência. A legislação, porém, saiu minimamente do papel até agora.
Fonte: Canal Autismo.*