De acordo com o último levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM), realizado em 2020, o Brasil possui 502.475 médicos. Apesar do crescimento ocorrido em 20 anos – saindo de 230.110 profissionais em 2000 –, a distribuição de médicos por regiões do país ainda está longe do ideal, principalmente quando se trata de especialistas.
Entretanto, se na região Sudeste é feito o cálculo de cerca de 3,15 médicos por mil habitantes, no Norte e Nordeste os números são próximos aos de 20 anos atrás. No Norte é de 1,30 por mil habitantes e no Nordeste é de 1,69.
No Amazonas, segundo o levantamento, existe apenas um especialista em Genética Médica e Medicina de Emergência, três em Medicina Física e Reabilitação, quatro em Medicina Nuclear e seis em Geriatria. O estado é o terceiro com menos cardiologistas no país. Comparado com o Distrito Federal, a quantidade desses especialistas é oito vezes menor no Amazonas. Em relação a psiquiatras, o estado é o segundo no ranking com menos profissionais por mil habitantes.
De acordo com André Raeli, diretor nacional de Educação Continuada do Instituto de Pós-Graduação em Medicina (Ipemed), essa defasagem de profissionais tem impacto direto no dia a dia da população, que muitas vezes precisa aguardar meses por uma consulta com especialista, ou mesmo, ter de se deslocar para outros estados, para conseguir ser atendido.
De acordo com o diretor, uma das soluções para reduzir essa defasagem é a formação especializada dos profissionais, na região.
Ainda, André Raeli explica que, além de contribuir com a maior oferta de especialistas no mercado, a pós-graduação médica é a solução para um problema que acontece no país inteiro, a escassez de vagas de residência médica frente à alta demanda por especialização. “Formam-se todos os anos dezenas de milhares de médicos que acirram a concorrência por vagas de residência. A pós-graduação, além de capacitar o aluno para a prova de título, aumenta em torno de 30% o valor do salário do médico generalista, permitindo que ele amplie seu leque de atendimento profissional logo depois de formado”, frisou.