O candidato a presidência que apresentar um plano para a proteção da Floresta Amazônica tem mais chances de votos, de acordo com pesquisa recente do instituto PoderData. A proteção da Amazônia, segundo 76% dos entrevistados, precisa estar entre as prioridades dos presidenciáveis.
O PoderData ouviu em junho 3 mil pessoas com 16 anos ou mais. A pesquisa, encomendada pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS), tem margem de erro de dois pontos percentuais. Segundo a cientista política Arleth Borges, da Universidade Federal do Maranhão, o resultado mostra que, mesmo em um cenário de agravamento da fome, da inflação e das consequências dramáticas da pandemia sobre a Educação, a preocupação dos brasileiros com a Floresta Amazônica terá peso na decisão do voto.
“A centralidade da pauta da Amazônia se inscreve no plano mais amplo das questões ambientais, cujas tragédias e desequilíbrios têm chegado cada vez mais perto das pessoas, pelos excessos de chuvas ou secas, dependendo da região, pelas enfermidades associadas a desequilíbrios ambientais, e pelos avanços sobre áreas de proteção e de populações tradicionais por parte de empreendimentos madeireiros, agropecuários ou de mineração”, acrescenta Arleth, que coordena o Laboratório de Estudos Geopolíticos da Amazônia Legal no Maranhão.
Os pesquisadores questionaram, então, se a chance de votar em alguém aumentaria se esse candidato a presidente apresentasse um plano específico para a proteção da Floresta: 62% responderam que sim. O índice dos que disseram que isso não faria diferença na decisão de voto foi de 23%, menos da metade do grupo majoritário.
A pesquisa deixa claro que a maioria dos eleitores não tem em boa conta o trabalho do governo federal na proteção da Floresta Amazônica. A maior parcela dos entrevistados, 48%, considerou ruim ou péssima essa atuação, 22% a consideraram regular, e apenas 19% acham este trabalho ótimo ou bom.
Em seguida, três pensamentos distintos foram submetidos à apreciação dos entrevistados. A mais votada, por 62%, dizia que “o desenvolvimento do Brasil depende da proteção da Amazônia”. A segunda mais votada, com 18%, foi que “para o Brasil se desenvolver, proteger a Amazônia não é uma prioridade”. A menos cotada, com apenas 7% das respostas, dizia que “o Brasil consegue se desenvolver mesmo sem proteger a Amazônia”. Treze por cento não souberam responder.