Nesta sexta-feira (22/07), a paciente Daiana Chaves Cavalcanti, de 35 anos, transferida na última quinta-feira (21/07) para o Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), foi submetida a um procedimento para remoção de tecido necrosado na região abaixo dos seios e na barriga. O curativo foi feito a vácuo e, em seguida, a paciente voltou para o CTI onde está recebendo cuidados especiais. O advogado Ornélio Mota, que defende a paciente, afirmou que o procedimento consistiu em tratar a parte necrosada. “Pude constatar que ela se sentia melhor, com a voz firme e já era outra pessoa”, avaliou.
No início de junho, Daiana se internou para fazer procedimentos estéticos no abdômen e nas mamas com o cirurgião plástico Bolívar Guerrero Silva, mas a paciente começou a apresentar sequelas depois da cirurgia. Ela vinha pedindo transferência da unidade particular por entender que corria risco de morte, com feridas abertas. Na última segunda-feira (18/07), o médico Bolívar Guerrero Silva foi preso, por policiais da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Duque de Caxias, sob acusação de manter a paciente em cárcere privado.
Ontem, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro negou um habeas corpus pedido pela defesa do cirurgião plástico. O profissional segue preso, acusado de manter a paciente em cárcere privado como forma de ocultar seu estado de saúde após os procedimentos estéticos.
Para o desembargador Luiz Felipe Francisco, não há nenhuma ilegalidade na prisão do médico. Ele também considerou devidamente fundamentada a prorrogação da prisão temporária, determinada na quinta-feira pela juíza Priscilla Macuco Ferreira, que está à frente do caso. Segundo a juíza, a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) precisa de mais tempo para concluir o inquérito. A magistrada também escreveu, na decisão, que Bolívar tentou atrapalhar as investigações, dificultando acesso ao prontuário da paciente.