A demanda por serviços domiciliares em saúde e bem-estar aumentou 15% no Brasil, entre 2019 e 2020, segundo pesquisa do Núcleo Nacional de Empresas de Serviço de Atenção Domiciliar (Nead).
Trabalhos que vão de massagens terapêuticas a cuidados paliativos e até mesmo partos têm sido solicitados por pacientes que preferem a segurança e a privacidade do lar a salas de hospitais e clínicas.
Conforme Nead, esse tipo de demanda ganhou impulso na pandemia, quando as redes pública e privada de saúde viviam lotadas de infectados pela covid-19.
Para além da pandemia, a enfermeira Helena Lúcia, gestora da Doctor Home em Manaus, afirma que os atendimentos domiciliares já estavam caminhando para uma maior demanda, motivados pelo envelhecimento da população. Uma projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) prevê que, em 2060, um quarto da população (25,5%) será de pessoas com mais de 65 anos.
“Com o envelhecimento populacional, as pessoas estão vivendo mais e, por consequência, são acompanhadas por mais doenças crônicas. Essas enfermidades, muitas vezes, precisam de constantes cuidados paliativos. E esse trabalho não necessariamente tem que ser em ambiente hospitalar”, afirma.
Com a perspectiva de aumento na demanda por esses serviços, o Centro de Ensino Técnico (Centec), na capital do Amazonas, vem aumentando a oferta de formações específicas para esse fim, como as especializações em Atendimento Domiciliar e Saúde do Idoso, voltadas para técnicos em enfermagem. A professora Aline Melo, do curso de cuidador de idosos, destaca alguns benefícios para os pacientes.
“Para quem está recebendo algum tratamento, é muito vantajoso, pois diminui gastos com deslocamento, por exemplo, mas, principalmente, por permitir um atendimento de saúde reabilitador no conforto de casa, perto da família. Isso faz toda a diferença na recuperação”, comenta a especialista.