Durante visita técnica, o presidente do Coren-AM, enfermeiro Sandro André, pode ouvir os relatos e confirmar a denúncia. “Infelizmente, situações como esta são mais comuns do que imaginamos no nosso Estado, o que é inadmissível. Não é possível aceitar que estes profissionais tenham que trabalhar meses sem receber seu salário que é um direito básico do trabalhador. Por isso não deixaremos que estas situações passem despercebidas, o Coren Amazonas irá levar ao conhecimento do Ministério Público do Trabalho e do Tribunal de Contas do Estado para que as providências cabíveis sejam tomadas”, ressaltou o titular do Conselho.
De acordo com os denunciantes, os atrasos são corriqueiros, eles ainda não receberam os meses de junho, julho e setembro. O mês pago mais recente foi referente ao mês de agosto.
Durante a conversa, a equipe de profissionais do PMC, composta por enfermeiros, técnicos, fisioterapeutas, médicos e administrativo, relataram ao gestor do Coren-AM, as dificuldades enfrentadas para manter os atendimentos com qualidade.
“É difícil, todos os dias temos que levantar, buscar forças, manter o bom humor, e não deixar transparecer pros nossos pacientes todas essas situações. Eles não sabem o que estamos passando. É desmotivador, as preocupações mexem com nosso psicológico e mesmo assim temos que estar lá, atendendo e dando toda assistência necessária e com qualidade, mas só nós sabemos o que enfrentamos sem ter nossos salários na conta”, contou uma profissional.
“A gente vai vivendo de empréstimos e cartão de crédito para tentar se sustentar, afinal de contas a gente precisa vir trabalhar, precisa se alimentar, e quando recebemos é apenas para pagar esses débitos, isso vira uma bola de neve sem fim”, desabafou outra profissional.
“As contas vão chegando, o aluguel vai atrasando, e a gente segue tendo que trabalhar dando nosso melhor. É cansativo, é estressante e triste! A gente trabalha sem ter a certeza de quando irá receber, e quando questionamos a empresa, a resposta sempre é a mesma: – que o repasse do Governo não foi feito, que não tem nem previsão- as vezes chega a ser desesperador”, explicou outro o profissional.