Nesta quinta-feira (27/10) o prefeito de Manaus, David Almeida, e o vice-prefeito, Marcos Rotta, fizeram uma coletiva de imprensa para prestar esclarecimentos sobre uma reportagem do portal Metrópoles que indicava suposta aliança entre os políticos e facções criminosas do estado.
Há poucos dias das eleições, o site Metrópoles no dia 22/11 publicou uma reportagem dizendo que um dossiê vazado da Secretaria de Estado da Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) afirmaria que o prefeito e o vice prefeito fizeram uma aliança com o Comando Vermelho (CV) em troca de votos das comunidades.
Com o documento em mãos, o prefeito David Almeida negou o conteúdo do dossiê e o chamou de ilegal, acrescentando que haviam mais de 30 inconcistências. Também foi apresentado na coletiva o áudio, utilizado como “prova” no dossiê, em que supostamente o prefeito teria enviado a um traficante.
O responsável pela Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Social (Semseg), delegado Sérgio Fontes, disse que o dossiê nem sequer é assinado e que ele só é verdadeiro formalmente, porém a forma como foi feita é improcedente.
“Esse dossiê não tem número, não tem assinatura, não tem autorização judicial para quebra de sigilo. Enfim, são tantas inconsistências que cansaria a todos só de listar. Elas estão sendo listadas para que os advogados do prefeito busquem uma reparação civil, uma reparação criminal.”
O delegado ainda disse que o áudio vai ser periciado para saber quem está falando no áudio do dossiê, que alega ser do prefeito David Almeida.
Além do chefe executivo da cidade, o vice-prefeito, Marcos Rotta, se defendeu afirmando que jamais fez acordo com criminosos. Para ele, o documento é uma imbecilidade, e que os dois são vítimas de criminosos e adversários políticos.
David citou crime de quebra de sigilo funcional e afirmou que vai processar mais de 700 pessoas, desde quem vazou o documento até sites e blogs que republicaram a reportagem do site Metrópoles.
O procurador-geral Ivson Coêlho, informou que solicitou ao MP-AM e a SSP-AM, que sejam tomadas as medidas cabíveis para descobrir o autor e quem vazou o documento ilegal.
O relatório, que contém 63 páginas, teria sido criado em 2020 pela Secretaria Executiva-Adjunta de Inteligência (Seai), um ano após o secretário da pasta, delegado Samir Garzedim Freire, ser preso por desvio de dinheiro. Ele teria sido enviado para o Ministério Público e permanecido lá até o momento, sem ter nenhuma investigação em andamento.