O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, defendeu hoje (07/11) um “pacto de solidariedade climática” entre os países participantes da Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (COP27). Segundo ele, essa é a alternativa que resta para evitar o “suicídio coletivo” do planeta.
“Nosso planeta está se aproximando rapidamente do ponto de inflexão que tornará o caos climático irreversível. Estamos em uma estrada para o inferno climático com o pé no acelerador”, disse Guterres no discurso de abertura das atividades desta segunda-feira no Egito.
Ele defendeu que, durante os trabalhos da COP27, seja feito um “pacto histórico de solidariedade climática” entre economias desenvolvidas e emergentes. Esse pacto implica, disse, a ampliação de esforços para reduzir, na atual década, as emissões mantendo, dessa forma, os países em linha com a meta de limitar o aquecimento global a 1,5º acima das temperaturas pré-industriais.
“Trata-se de um pacto no qual os países mais ricos e as instituições financeiras internacionais deverão fornecer assistência financeira e técnica para ajudar as economias emergentes a acelerarem sua própria transição de energia renovável”, afirmou.
O pacto buscará acabar com a dependência de combustíveis fósseis e visar à eliminação do uso de carvão como combustível de usinas até 2040, de acordo com o secretário.
Citando as duas maiores economias do mundo, Guterres disse que os Estados Unidos e a China têm a responsabilidade de “juntar forças” para tornar esse pacto uma realidade. “É a nossa única esperança de cumprir as metas climáticas. A humanidade tem uma escolha: cooperar ou perecer. Ou faremos um pacto de solidariedade climática, ou teremos um pacto de suicídio coletivo”, argumentou.
“As atividades humanas são as causas dos problemas climáticos. Portanto, a ação humana tem de ser a solução, de forma a restabelecermos ambições e reconstruirmos a confiança, em especial entre o Norte e o Sul”, completou.
